Segundo a OMS
(Organização Mundial da Saúde), o Brasil foi o segundo país, apenas superado
pela Turquia, no cumprimento de metas para o controle do tabaco e do tabagismo
em espaços públicos e no auxílio a quem quer parar de fumar. Dados de 2018,
obtidos pelo VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico) mostraram que o tabagismo reduziu, mas
persiste principalmente entre aqueles com menor escolaridade e baixa renda. Por
que isso? Esta parte da população tem menos acesso à informação sobre os
malefícios do tabagismo.
Com a finalidade
de chamar a atenção sobre esta epidemia, o INCA (Instituto Nacional de Combate
ao Câncer) – Ministério da Saúde celebra anualmente o Dia Nacional de Combate
ao Fumo, na data de 29 de Agosto. É importante, portanto, lembrar que fumantes
têm mais tosse, pigarro, falta de ar, infecções respiratórias, problemas
bucais, e nasais e com o tempo têm alto risco de câncer de pulmão, DPOC
(enfisema e bronquite crônica), tuberculose, bronquiolites, fibrose pulmonar e
muitas outras doenças pulmonares. A inalação direta da fumaça proveniente da
queima do tabaco e a exposição ao fumo passivo causam mais de 90% dos casos de
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e mais de 85% dos casos de câncer de
pulmão. A fibrose pulmonar também tem forte relação com o tabagismo. Infecções
são mais frequentes em fumantes. A tuberculose ocorre três vezes mais em
fumantes. Crianças expostas ao fumo passivo, intrauterino ou ambiental, têm
mais asma, bronquiolites, infecções respiratórias, e também a denominada morte
súbita do recém-nascido.
Além dos problemas
pulmonares, o tabagismo é responsável por 29% das doenças cardiovasculares e
aumenta em cerca de 25% o risco de morte por doença coronariana (angina e
infarto) e por acidente vascular cerebral (AVC). Fumar aumenta as chances de
ter aterosclerose e doença isquêmica coronariana (DIC), aumenta em três vezes o
risco de infarto agudo do miocárdio (IAM), e em quatro vezes a possibilidade de
morte súbita por causa cardíaca. Entre as doenças vasculares agravadas pelo tabagismo
estão os aneurismas arteriais, doença arterial coronariana, doença arterial
oclusiva periférica, tromboembolismo venoso e tromboangeíte obliterante, que
pode levar à amputação de membros. Portanto, motivos não faltam para parar de
fumar.
Luiz Carlos Corrêa da Silva -
Coordenador do Fumo Zero AMRIGS, Médico pneumologista.
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