Executivos da multinacional de RH, Gi Group, dão dicas para
aproveitar ao máximo a experiência do afastamento voluntário
Ficar meses e até alguns anos afastado
do trabalho é uma alternativa impensável para alguns, mas para outros um
caminho para dar aquele tempo para repor as energias e repensar na vida. Esse
afastamento voluntário, também conhecido como período sabático, pode ser mais
produtivo do que se imagina, mas exige planejamento e foco, segundo as
executivas da Gi Group Brasil, multinacional italiana de recursos humanos, que
viveram essa experiência.
Diferentemente das férias ou outro tipo de licença, o período sabático não é remunerado e a pessoa pode permanecer longe das atividades profissionais, ou até mesmo sair da empresa, por mais de seis meses. O objetivo do afastamento varia, mas geralmente é refletir na vida pessoal e profissional, realizar um projeto ou a viagem dos sonhos, cuidar de um parente doente, a maternidade, enfim.
Fernanda Trindade, gerente de marketing da Gi Group Brasil, resolveu tirar um período sabático de oito meses para se desligar de uma rotina estressante de trabalho e buscar novos propósitos, concretizando o sonho de dar volta ao mundo. De janeiro a setembro de 2016, percorreu, ao lado do então marido e em regime de mochileiro, um total de 19 países da Europa, Ásia e América do Sul. Para custear a viagem, entregou o apartamento, vendeu praticamente tudo o que tinha e ainda realizou pequenos trabalhos temporários nas localidades em que permaneceu por mais tempo.
O tempo que ficou fora do Brasil foi fundamental para Fernanda aperfeiçoar o inglês e o espanhol, o que ajudou a conseguir rapidamente um emprego ao retornar do período sabático, e adotar um ritmo de vida mais produtivo e equilibrado. “Também me tornei uma pessoa mais desapegada e tranquila. E com mais certeza de que a vida é muito mais do que as horas que passamos no escritório e os protocolos sociais. Por isso, passei a procurar oportunidades profissionais que me proporcionassem mais qualidade de vida, e também a olhar para a vida com mais carinho, encontrando a beleza nas pequenas coisas”, afirma.
Já para Luciana Port, diretora financeira da companhia, o período sabático foi motivado pela mudança para os Estados Unidos com a transferência do marido em 1998. A pausa na carreira durou um ano e meio, e nesse tempo a executiva viajou para Europa, fez outra pós-graduação e trabalhou como voluntária em uma biblioteca.
Segundo a executiva, além do aperfeiçoamento do inglês e contato com novas culturas, a vivência em outro país ensinou a interagir com as pessoas de formas diferentes e adquirir uma visão multicultural que permite vislumbrar outras formas de agir e planejar o futuro de maneira mais ampla. “Procuro praticar o conceito de jogo justo, muito arraigado no povo americano, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Outra lição importante foi a cultura do planejamento, que pode ser trazida para a realidade brasileira, com flexibilidade adequada, e gera resultados impressionantes”.
Diferentemente das férias ou outro tipo de licença, o período sabático não é remunerado e a pessoa pode permanecer longe das atividades profissionais, ou até mesmo sair da empresa, por mais de seis meses. O objetivo do afastamento varia, mas geralmente é refletir na vida pessoal e profissional, realizar um projeto ou a viagem dos sonhos, cuidar de um parente doente, a maternidade, enfim.
Fernanda Trindade, gerente de marketing da Gi Group Brasil, resolveu tirar um período sabático de oito meses para se desligar de uma rotina estressante de trabalho e buscar novos propósitos, concretizando o sonho de dar volta ao mundo. De janeiro a setembro de 2016, percorreu, ao lado do então marido e em regime de mochileiro, um total de 19 países da Europa, Ásia e América do Sul. Para custear a viagem, entregou o apartamento, vendeu praticamente tudo o que tinha e ainda realizou pequenos trabalhos temporários nas localidades em que permaneceu por mais tempo.
O tempo que ficou fora do Brasil foi fundamental para Fernanda aperfeiçoar o inglês e o espanhol, o que ajudou a conseguir rapidamente um emprego ao retornar do período sabático, e adotar um ritmo de vida mais produtivo e equilibrado. “Também me tornei uma pessoa mais desapegada e tranquila. E com mais certeza de que a vida é muito mais do que as horas que passamos no escritório e os protocolos sociais. Por isso, passei a procurar oportunidades profissionais que me proporcionassem mais qualidade de vida, e também a olhar para a vida com mais carinho, encontrando a beleza nas pequenas coisas”, afirma.
Já para Luciana Port, diretora financeira da companhia, o período sabático foi motivado pela mudança para os Estados Unidos com a transferência do marido em 1998. A pausa na carreira durou um ano e meio, e nesse tempo a executiva viajou para Europa, fez outra pós-graduação e trabalhou como voluntária em uma biblioteca.
Segundo a executiva, além do aperfeiçoamento do inglês e contato com novas culturas, a vivência em outro país ensinou a interagir com as pessoas de formas diferentes e adquirir uma visão multicultural que permite vislumbrar outras formas de agir e planejar o futuro de maneira mais ampla. “Procuro praticar o conceito de jogo justo, muito arraigado no povo americano, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Outra lição importante foi a cultura do planejamento, que pode ser trazida para a realidade brasileira, com flexibilidade adequada, e gera resultados impressionantes”.
Conselhos para não se perder
O período sabático não prejudica a carreira, mas pode acabar não gerando frutos que a pessoa espera na área profissional, alerta João Dantas, gerente de recursos humanos da Gi Group Brasil. “Para que o sabático entre no seu curriculum como um diferencial e se torne uma experiência transformadora, é preciso planeja-lo não como umas férias prolongadas, mas como um momento de aprendizado, seja por meios diretos ou indiretos, e de reflexão sobre novos hábitos e comportamentos”.
Confira as dicas de quem viveu essa experiência e do especialista de RH:
- Estabeleça as metas: antes de sair para o período sabático pense nos objetivos que quer atingir e no propósito de vida que quer buscar, como conseguir realizar tudo o que quer e o tempo que acha necessário.
- Planeje suas finanças: para se dar ao luxo de fazer aquela pausa prolongada na carreira é essencial se preparar financeiramente. Faça um planejamento calculando quanto precisa economizar para ter o montante que precisa para se dedicar ao projeto e em quanto tempo conseguirá atingir a meta. Verifique quanto poderá gastar e pesquise as alternativas para economizar. Quanto mais informações tiver, mais opções terá para contornar o imprevisto.
- Procure outras fontes de renda: você vai precisar de dinheiro para se manter durante o tempo que ficar afastado do trabalho. Empregos temporários são uma ótima alternativa para complementar as economias e também para vivenciar uma nova experiência. Aproveite o seu conhecimento para dar aulas de idioma nativa ou de alguma técnica que domina.
- Aproveite para aprender algo novo: curta o período sabático ao máximo, aprendendo tudo o que puder. Faça trabalhos voluntários, aprenda um novo idioma ou técnicas novas e diferentes, converse com as pessoas para adquirir novas experiências e conhecer outras culturas, que possam te ajudar no desenvolvimento pessoal e profissional.
- Esteja aberto às novidades: se for viajar, visite vários lugares e acima de tudo tenha a mente aberta para o novo, inusitado e inesperado. Há beleza e inteligência em todas as culturas, portanto respeite-as, procure entendê-las e praticá-las. Deixe também a sua contribuição por onde passar.
- Negocie com a empresa: verifique se a empresa em que trabalha aceita guardar a sua vaga enquanto se dedica ao projeto pessoal e quanto tempo poderá ficar afastado das atividades.
- Como se preparar para volta ao trabalho: na hora de procurar nova oportunidade após o sabático, pesquise sobre a cultura das organizações na qual quer trabalhar e entenda como elas enxergam os períodos sabáticos. Esses intervalos de tempo na carreira são cada vez mais comuns e a maioria das grandes empresas tem programas para incentivar esse tipo de prática.
- Como atualizar seu currículo após afastamento: conte no currículo e na entrevista de emprego as habilidades adquiridas, experiências vivenciadas e como pode contribuir com a organização com aquilo que você aprendeu durante esse período, destacando o que mais se encaixa com a posição que pretende assumir.
“Não tenha medo, vá em frente. As corporações sabem que as trilhas de carreira atuais são um emaranhado frenético de vias de idas e voltas. E a empresa certa saberá reconhecer sua coragem para enfrentar algo tão transformador”, aconselha Dantas.
Gi Group
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