sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Cientistas descobrem moléculas que ajudam a espalhar o câncer de pâncreas rapidamente


 Estudo busca forma de conter os níveis da perlecan no organismo



Os resultados do estudo realizado pelo Instituto Garvan de Pesquisa Médica da Austrália foram publicados recentemente na revista Nature Communications e abordados e na revista Cosmos e no site ScienceDaily. A pesquisa mostra como as células agressivas do câncer de pâncreas se espalham para as outras partes do corpo. Os especialistas descobriram que uma molécula denominada perlecan contribui para a proliferação do câncer e dificulta a ação da quimioterapia.

O câncer de pâncreas é um dos tumores mais letais, sendo a terceira causa de morte nos EUA e a sétima no Brasil. A sobrevida não chega a 5% dos casos, segundo dados da American Cancer Society. O gastrocirurgião Marcos Belotto, do Hospital Sírio Libanês, destaca que "o diagnóstico da grande maioria dos casos de tumor no pâncreas é feito tardiamente e por isso se torna inoperável, além de ser um dos tumores mais agressivos e com poucos resultados positivos aos tratamentos".

Os pesquisadores observaram que, em camundongos, alguns tumores pancreáticos produzem uma quantidade acima do normal da molécula perlecan que remodela o ambiente fazendo uma reeducação das células vizinhas, assim as células cancerígenas se alastram mais facilmente e ficam protegidas contra tratamentos quimioterápicos.

A descoberta pode fornecer um caminho promissor para as opções de tratamento mais efetivos contra o câncer de pâncreas e outros tipos de doenças. Os cientistas acreditam que esta abordagem para redução dos níveis de perlecan irá melhorar a eficiência da quimioterapia e poderá ajudar a reduzir a progressão e a disseminação do tumor.





Fonte: Dr. Marcos Belotto - especialista em gastro-oncologia. Atua como médico chefe da cirurgia e médico do Núcleo de Fígado do Hospital Sírio-Libanês, além de ter sua própria clínica e ser professor na Santa Casa.

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