A cultura de uma
empresa pode fazer ou destruir um negócio. Nenhuma novidade até aí. Mas em uma
era marcada pela inovação e pela entrada dos millennials no mercado, conhecer
algumas nuances da chamada cultura startup pode ajudar, e muito, a pavimentar o
caminho de qualquer empresa para o sucesso. Por isso, separei cinco lições que
podem te ajudar no processo de repensar alguns hábitos organizacionais.
Confira!
#1. Esqueça o
plano de negócios.
Aquele calhamaço
de papel para realizar as projeções de longo prazo do negócio foi trocado pela
metodologia lean. A ideia é validar as premissas básicas de um negócio ou
projeto, com pequenos experimentos, antes de se investir nela. Esse processo de
validação deverá envolver o mínimo possível de tempo e dinheiro, para fazer os
ajustes necessários o quanto antes. Se você quer testar um novo produto ou
serviço com uma base de clientes que você já tem, por exemplo, você poderia
enviar um email marketing em que eles podem se cadastrar numa lista de espera.
Se não houver aderência, essa pode não ser a melhor ideia; se houver, tem algo
de interessante nessa oferta.
#2. Pare de punir
o erro.
No mundo
corporativo, o erro é punido. Dependendo do tamanho do erro, isso pode custar
até o emprego. Isso pode não parecer muito relevante, mas entenda: uma pessoa
jamais será criativa se ela tiver medo de errar. Para ser criativo você precisa
estar aberto à possibilidade de estar enganado. Uma cultura de inovação, pelo
contrário, abraça o erro. Errar, especialmente num ambiente controlado, é a
melhor maneira de aprender.
#3. Não confunda
criação com gestão.
Criar um negócio e
gerir um negócio demandam competências bem diferentes. Por isso, é importante
colocar as pessoas certas à frente de cada um dos desafios. Na essência, um bom
gestor otimiza resultados e recursos em um contexto estático. O mercado, os
concorrentes, o produto e os processos estão dados; ele precisa extrair o
máximo disso. Um empreendedor, pelo contrário, é um desbravador de
possibilidades. Ele precisa pensar de maneira flexível e integrada, testando
constantemente caminhos completamente contraditórios entre si.
#4.
Flexibilidade para mudar de rumo.
E esse é talvez um
dos maiores aprendizados que podemos ter com uma startup. Companhias
tradicionais, muito em função de terem sido criadas em um contexto analógico,
têm processos e estruturas organizacionais mais rígidas; nas startups tudo é
mais maleável. Isso permite que elas tenham uma agilidade muito maior para
promover mudanças e reagir a alterações drásticas de mercado. E em um mundo
acelerado como o nosso, essa capacidade é fundamental.
#5. Compreenda que
nada é para sempre.
Muitas vezes, o
produto que levou a sua empresa ao sucesso é justamente o que está no caminho
da sua sobrevivência no futuro. Às vezes precisamos matar o produto que nos
levou ao topo, por mais doloroso que isso seja. Se a sua empresa não inova,
muito provavelmente outra companhia virá e tomará seu lugar.
O caso mais
emblemático disso é a Blockbuster. Uma companhia gigante, com uma grande
clientela fiel e que morreu em pouquíssimos anos, quase de maneira surreal. A
grande ironia dessa história é que uma tal de Netflix fez uma oferta para ser
comprada pela gigante em 2000, que rejeitou a proposta por achar o streaming de
filmes "nichado demais". Se a Blockbuster tivesse tido a coragem de
recriar seu negócio, talvez fosse ela que nós assistíssemos para ver a última
temporada da Casa de Papel.
André Arcas - Fundador e coach de palco da Arcas Treinamentos.
Advogado formado pela USP, estudou empreendedorismo e inovação por Stanford,
negociação em Harvard, storytelling pela IDEO e PNL (Programação
Neuro-Linguística) na SBPNL.
Nenhum comentário:
Postar um comentário