quinta-feira, 2 de maio de 2019

Mulheres com dificuldade para engravidar devem perder o medo e buscar ajuda especializada, inclusive emocional


No mundo inteiro, um em cada seis casais enfrenta algum grau de dificuldade para engravidar durante o ciclo reprodutivo. Depois de um ano de tentativas frequentes sem sucesso – inclusive no período fértil –, o ideal é recorrer a um especialista em Medicina Reprodutiva. De acordo com a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), entre 20% e 35% das mulheres têm um componente psicológico importante que pode estar associado à infertilidade. Fatores relacionados ao estilo de vida, como o fumo, o excesso de peso e o estresse certamente são muito importantes também. Mas é preciso que as pacientes percam o medo de buscar ajuda especializada.

De 1,5 milhão de ciclos de tratamentos de reprodução assistida realizados anualmente em todo o mundo, nascem cerca de 350 mil bebês. Estudo divulgado no jornal Human Reproduction revela que a inabilidade em conceber uma criança é estressante demais para algumas mulheres, podendo desencadear quadros de depressão, ansiedade, raiva e baixa autoestima. Entretanto, em 63% dos casos estudados, as pacientes relataram que seus parceiros deram todo suporte emocional necessário durante o tratamento. Em 33% dos casos, elas inclusive disseram que o ‘projeto filhos’ as aproximou ainda mais dos cônjuges. A conclusão, então, é que, apesar de ser uma fase emocionalmente conturbada para muitos casais, as mulheres precisam buscar mais informação e apoio emocional/psicológico para erradicar o medo e se preparar melhor para as demandas do tratamento.

De acordo com Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Reprodução Humana e diretor do Grupo Fertility, as clínicas de referência em reprodução assistida já oferecem suporte emocional para atenuar as crises de ansiedade e estresse intrínsecas ao tratamento de fertilização. “É preciso esclarecer o casal desde o início sobre o período que vai atravessar e garantir que receba apoio psicológico durante todo o processo. Dessa forma, ambos poderão encarar cada uma das fases com mais calma. Caso contrário, a infertilidade poderá repercutir em vários aspectos da vida em comum de uma forma tão impactante que poderá, inclusive, pôr em risco a estabilidade do relacionamento”.

Na opinião do especialista, no contexto sexual do casal, a infertilidade também pode se  transformar numa experiência dolorosa, em que o prazer é substituído pela lembrança amarga da incapacidade de conceber. “Durante todo o tratamento, o casal deve ser acompanhado e reavaliado sob o aspecto emocional. Conversando com eles sobre seus sentimentos e checando a qualidade do sono e as mudanças em atividades de lazer, temos um bom parâmetro sobre os problemas que eventualmente podem estar ocorrendo.”

Iaconelli afirma que a paciente é o principal foco das atenções, devendo se sentir totalmente amparada emocionalmente pela clínica de fertilização assistida. “Mesmo quando a origem do problema é masculina, é no corpo da mulher que ocorre a maioria dos procedimentos. Limitando ao máximo o desgaste emocional da paciente, conseguimos cumprir cada etapa com sucesso e chegar ao tão esperado resultado da gravidez. É preciso que as mulheres se familiarizem mais com essa realidade. O estresse não deve jamais comprometer o desejo da maternidade.”




Dr. Assumpto Iaconelli Junior - médico ginecologista, especialista em Medicina Reprodutiva, diretor do Grupo Fertility e do Instituto Sapientiae www.fertility.com.br / www.sapientiae.org.br

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