quinta-feira, 2 de maio de 2019

Conheça as diferenças entre Inseminação Artificial e Fertilização In Vitro




Casais com dificuldades para engravidar têm à disposição, hoje, técnicas avançadas para tratamento de infertilidade - masculina, feminina ou até mesmo de causa indeterminada. Muita gente, no entanto, confunde os procedimentos ou acha que inseminação artificial e fertilização In vitro são a mesma coisa. Mas elas são bem diferentes em método, custo e taxa de sucesso. É o que nos explica a Dra. Juliane Lotuffo, ginecologista que atua no ramo de fertilidade na Life Clínica, em Campinas, SP.

 “Na inseminação artificial, ou inseminação intrauterina, a ovulação da mulher é induzida e o sêmen do marido é colhido e tratado. Então, espermatozoide já preparado é injetado dentro no útero da mulher no momento do pico ovulatório”, explica a Dra. Juliane.

O período entre o início do tratamento e a confirmação ou não da gravidez dura em torno de um mês. A mulher toma uma medicação no início do ciclo menstrual por cerca de 12 a  15 dias e a inseminação é realizada após a liberação dos óvulos. Após cerca de 12 a 16  dias é feito o teste de gravidez. 
Caso não tenha havido fecundação, é possível continuar num próximo ciclo.

A inseminação  artificial normalmente é indicada para casais com uma leve alteração nos espermatozoides (gametas lentos ou com dificuldades de locomoção), para casos de alteração no útero ,ou quando não há razão aparente para a infertilidade.

Já a fertilização in vitro (conhecida como FIV) é um procedimento mais complexo, pois envolve um preparo maior da mulher, com a estimulação da ovulação a partir de hormônios injetáveis, com o intuito de produzir vários óvulos para coletá-los posteriormente (sob anestesia) e levá-los a um laboratório. Em paralelo, o homem irá colher o sêmen, mas, neste caso, a fertilização será feita fora do corpo. “Três a cinco dias após a fertilização dos óvulos, eles são recolocados no corpo da mulher já na forma de pré-embriões”, afirma a médica.

Geralmente são implantados mais de um embrião para aumentar a chance de ocorrer a gravidez. Por isso é tão comum o nascimento de gêmeos ou trigêmeos.De acordo com resolução do CFM,de 2010,em mulheres até 35 anos é permitido que sejam transferidos até 2 embriões.Entre 36 e 39 anos,é possível até três.Mulheres com 40 anos ou mas podem receber até quatro embriões. A fertilização in vitro é também usada em mulheres que, após a menopausa (quando não ovulam mais), decidem engravidar. Só que, nesse caso, o óvulo que vai ser fertilizado é doado por outra mulher. O óvulo da paciente é retirado, fertilizado e o embrião é e implantado diretamente no útero. Existem alguns casos em que o espermatozóide  pode ser colhido e guardado através de técnica de congelamento para fazer uma fertilização no futuro. Opta-se por essa alternativa quando o homem tem câncer de testículo e vai fazer radioterapia. A radiação impede a produção de espermatozoides. Antes que o paciente comece o tratamento, o esperma é colhido e armazenado. Este é um tratamento bem mais caro do que a inseminação, mas obtém taxas de sucesso em torno de 40%, dependendo da idade da mulher. 

Os custos dos procedimentos são altos, podendo variar entre R$ 1 mil a R$20mil, mas  a boa notícia, segundo apontam as pesquisas, é que a maioria dos casais que recorrem a esses métodos conseguem engravidar. “O importante é que o casal não se desmotive diante do fracasso na primeira tentativa, pois outras poderão ser feitas. Para esses, é muito importante, inclusive, um acompanhamento psicológico”, finaliza a Dra.  Juliane.


INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
FERTILIZAÇÃO IN VITRO
Procedimento
Espermatozoide preparado é injetado dentro do útero da mulher, durante o pico ovulatório.
Método mais complexo, em que a fertilização do óvulo é feita fora do corpo da mulher.
Custo
R$ 1 mil a R$ 4mil
R$ 6 mil a R$ 15 mil
Chances de sucesso
10 a 20%
Cerca de 40%
Teste de gravidez
É feito 16 dias depois
É feito 12 -16 dias depois
Tentativas possíveis
Depende de cada caso, mas não se incentiva mais de três.
Não existe número limite, mas recomenda-se o bom senso.
Em quais casos fazer?
No caso de um teste pós-coito deficiente; maridos que apresentam no espermograma alterações discretas; casais que não tiveram sucesso com a relação sexual programada.
Nos casos de problemas de tubas; espermatozoides em quantidade pequena; idade materna avançada; falha no tratamento de baixa  complexidade; endometriose avançada.
Chances de gêmeos
20%
Chances são controladas
Quando repetir, no caso de insucesso?
Depende da avaliação médica
Depende da avaliação médica

*Valores considerados na primeira tentativa
 
 


Juliane Lotuffo (CRM 50.598) - formada em Medicina pela FESP (Fundação de Ensino Superior de Pernambuco, hoje denominada Universidade de Pernambuco). A profissional é especialista em Ginecologia e Obstetrícia, com título reconhecido nacionalmente (TEGO), e trabalha com medicina reprodutiva . Juliane possui vasta experiência em reprodução humana, atuando na área de fertilidade e gestação de risco.
Blog da Life -
www.lifeclinicacampinas.wordpress.com



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