quinta-feira, 2 de maio de 2019

Método contraceptivo pós-gravidez: escolha o seu


Em meio a tantas tarefas e preocupações, mulheres que acabaram de ter um filho precisam ficar atentas para não terem uma nova gestação logo na sequência de um parto. Muitas se perguntam por que tanta preocupação com o tema, já que as relações sexuais nesta fase costumam ser escassas e o aleitamento pode funcionar como um método contraceptivo natural ao inibir as ovulações pela alta produção de prolactina.

“É preciso tomar cuidado, pois o corpo da mulher necessita de tempo para se recuperar de uma gestação”, explica o Dr. José Bento, ginecologista e obstetra dos hospitais Albert Einstein e São Luís. Segundo o especialista, mesmo que a mulher deseje ter mais filhos, os médicos recomendam um intervalo de pelo menos seis meses entre as gestações com parto normal e no mínimo nove meses em caso de cesárea, para que o corpo se restabeleça de forma adequada.

Embora seja comum acreditar que o aleitamento exclusivo previna uma nova gravidez, é importante fazer a prevenção com outros métodos para garantir. “A mulher passa por um período de resguardo de 40 dias após o parto, onde não deve ter relações sexuais. Após este período, cada organismo reage de maneira diferente e é possível que a mulher engravide se não houver outra forma de prevenção”, explica o Dr. Bento.

Existem diversas maneiras de prevenir gravidez nesse período e é importante que a mulher converse com um médico para saber qual o método mais indicado para ela. Alguns profissionais preferem não receitar pílulas contraceptivas para mulheres que estão amamentando e recomendam o uso da camisinha ou métodos de longa duração, como o Sistema Intrauterino (SIU) com hormônio.
“O SIU com hormônio é muito indicado para mulheres que acabaram de ter um filho. Ele pode ser colocado 40 dias após o parto e é muito eficaz”, conclui o Dr. José Bento.


Pílula anticoncepcional de progesterona

Para quem amamenta, é indicada a pílula de progesterona de uso contínuo. Como a pílula tradicional, sua eficácia está diretamente ligada ao uso correto da pílula. A diferença é que ela só contém o progestágeno, hormônio sintético semelhante à progesterona, enquanto as pílulas tradicionais possuem uma combinação de estrogênio e progesterona. Pílulas com estrogênio não são adequadas para quem amamenta, pois interfere na qualidade e na quantidade de leite.


SIU com hormônio

O dispositivo libera doses pequenas de progesterona diretamente na cavidade uterina, mas com menos efeitos adversos porque a ação do hormônio é local, e com alta eficácia contraceptiva. Com o uso desse tipo de dispositivo, a menstruação tende a diminuir muito, podendo até desaparecer. Ele ainda pode ser indicado no tratamento de sangramento menstrual abundante e como adjuvante na terapia hormonal. A duração de um SIU (Sistema intra-uterino) com hormônio é de até 5 anos. No Brasil, esse método contraceptivo  é comercializado sob o nome Mirena.


DIU

O DIU (dispositivo intrauterino) é um pequeno instrumento em forma de T que é inserido dentro do útero e impede a passagem dos espermatozoides para as tubas uterinas, onde costuma acontecer a fecundação. É um método eficiente e pode ser usado inclusive por mulheres que amamentam. Esse dispositivo normalmente é revestido de fios de cobre e dura de três e dez anos.


Implante subcutâneo

O implante subcutâneo é um microbastão de hormônio sintético similar à progesterona, que deve ser implantado no antebraço com anestesia local através de uma microcirurgia. Este hormônio age na inibição da ovulação, impedindo a gravidez e pode durar até 3 anos.




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