De acordo com o Ministério da Educação, cerca de
5% das crianças em fase escolar apresentam alguma variação de transtornos de
aprendizagem (segundo dados do Censo Escolar divulgados pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
são mais de 1,2 milhão de alunos com deficiência, altas habilidades e
transtornos globais do desenvolvimento matriculados nas escolas
brasileiras).
Os transtornos são, especificamente, algum tipo
de desordem que impede que uma pessoa aprenda no mesmo ritmo das que não
apresentam nenhum tipo de problema.
É necessário, porém, saber diferenciar uma
dificuldade em determinado assunto, que qualquer indivíduo pode apresentar, de
um atraso no aprendizado que cause sofrimento e desconforto no ambiente
escolar, pois os transtornos causam inabilidades ligadas à escrita, leitura e
matemática, além de afetar o desenvolvimento cognitivo.
As causas, segundo o DSM-V - o Manual de
Diagnóstico dos Transtornos Mentais, estão associadas a aspectos biológicos,
genéticos e ambientais, já que há uma influência na capacidade do cérebro de
processar ou perceber informações, tanto verbais quanto não verbais.
Os transtornos são identificados através da
observação pedagógica, pois os indivíduos podem apresentar atraso na escola e
frustração relacionada a aprendizagem. Por isso, o papel do professor se torna
muito importante para o diagnóstico, pois é através dos comportamentos dos
alunos, durante as aulas, que é percebida a dificuldade que demonstrará o
transtorno. Assim, o educador contribui pontualmente para a realização do
diagnóstico.
Os principais transtornos são dislexia, disgrafia
e discalculia.
A dislexia apresenta dificuldade no
reconhecimento preciso e fluente das palavras e na habilidade de decodificá-las
e soletrá-las. É um problema crônico e comum, afetando mais de 2 milhões de
pessoas no Brasil.
Os sintomas da dislexia são mais
evidentes na infância, pois é nessa época que o transtorno é mais
acentuado. Para saber se seu filho ou aluno possui essa dificuldade, é
necessário prestar atenção nos seguintes sintomas:
·
Alterações no
desenvolvimento da fala;
·
Dificuldades na
memorização de palavras ou regras ortográficas;
·
Dispersão e falta de
atenção;
·
Atraso na leitura e/ou
comprometimento da fala.
Na disgrafia as crianças
apresentam dificuldade na fluência escrita em vários aspectos, cometendo erros
de ortografia e na formação das palavras. A disgrafia pode
estar relacionada também com problemas psicomotores. Abaixo alguns sintomas que
chamam a atenção para esse transtorno:
·
Dificuldade na formação
de letras;
·
Letras pequenas demais ou
muito largas;
·
Uso indevido das letras
maiúsculas e minúsculas;
·
Letras sobrepostas;
·
Dificuldade na fluência e
na escrita.
Já a discalculia é o nome usado
para se referir a inabilidade da execução de operações matemáticas e
aritméticas. Os sintomas dessa condição envolvem a dificuldade de organizar,
classificar e realizar operações com números. Ela pode se apresentar de
diversas maneiras e o tratamento é feito através de intervenções
psicopedagógicas, fonoaudiólogas e uso
de programas educativos especiais.
Se você percebeu alguma dessas características em
seu filho ou aluno, é necessário um encaminhamento para um neurologista. Porque
a intervenção precoce é fundamental para uma melhor qualidade na vida desse
indivíduo!
Renata Haddad -
pedagoga, pós-graduada em Neuroeducação com ênfase em Transtorno do Espectro do
Autismo e mestranda em Distúrbios do Desenvolvimento – área voltada para a capacitação
de professores para educação inclusiva.
É palestrante
com experiência em planejamentos, monitoria e orientação de alunos. É
responsável ainda pela elaboração de atividades interdisciplinares e
desenvolvimento e implementação de projetos educacionais e pedagógicos
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