Gastroenterologista
do Hospital América de Mauá explica sobre as doenças inflamatórias intestinais
A
campanha Maio Roxo foi instituída em 2016, com o intuito de divulgar as doenças
inflamatórias. Esse mês foi escolhido, porque no dia 19 de maio comemora-se o
Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal. Segundo a
Sociedade Brasileira de Coloproctologia, em 2019 serão 300 mil novos casos no
Brasil, isto é, estima-se de 10 a 20 novos casos a cada 100 mil habitantes, tanto
para a Doença de Crohn quanto para a Retocolite Ulcerativa. É consenso entre os especialistas que tratam dessas doenças que sua
incidência vem aumentando no país, sendo diagnosticados cada vez mais
brasileiros portadores dessas enfermidades.
As
doenças inflamatórias intestinais são patologias sem uma causa definida, mas
com forte componente genético e imunológico, que causam inflamações crônicas do
intestino e, por vezes, podem acometer todo o trato gastrointestinal. “As duas
principais doenças são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. A doença de
Crohn pode inflamar qualquer segmento, desde a boca, até o ânus (geralmente não
acometendo tudo ao mesmo tempo). O local mais comum é o intestino grosso e a
parte final do intestino delgado, chamado íleo terminal. Os principais sintomas
são diarreia e dor abdominal. A Retocolite Ulcerativa acomete apenas o reto e o
intestino grosso, os sintomas mais frequentes são diarreia e sangramento ao
evacuar, podendo ou não ter dor abdominal”, explica o Dr. Fabio Luiz
Maximiano, gastroenterologista e prestador de serviços no Hospital América de
Mauá.
Não
há uma causa bem definida para as doenças inflamatórias, mas o que se sabe é
que há um componente genético envolvido e cada vez mais novos estudos apontam a
relação entre a doença e alterações dos hábitos alimentares (maior incidência
em indivíduos com a ingesta maior de produtos industrializados), bem como
parece haver relação com alterações na microbiota do indivíduo. “As DIIs podem
acometer indivíduos de qualquer idade. No entanto, na Doença de Crohn é mais
comum o surgimento dos sintomas entre 15 e 30 anos. “Na Retocolite, além desta
faixa etária, um novo pico de incidência ocorre aos 60 anos. A ajuda médica
deve ser buscada sempre que houver uma diarreia com duração maior que 4
semanas, o que caracteriza essa diarreia como crônica, ou quando há
sangramento. É importante buscar um especialista familiarizado com a doença,
seja ele um gastroenterologista ou um coloproctologista. Os especialistas do
Hospital América de Mauá têm ampla experiência no manejo dessas doenças, além
de estarem envolvidos com o ensino e pesquisas nessa área” ressalta o
especialista.
Atualmente,
novos tratamentos têm surgido e com grande potência de melhora para os
pacientes. “Nos tratamentos, podem ser usadas medicações, como a mesalazina e
sulfassalazina; imunossupressores, como a azatioprina e o metotrexato; ou
terapias biológicas mais modernas, como o infliximabe, adalimumabe,
vedolizumabe ou ustequinumabe. Além dessas, na crise, é frequente o uso de
corticoides para a melhora dos sintomas, sendo que tais medicações nunca devem
ser usadas como manutenção”, esclarece o médico.
A
cirurgia para as doenças inflamatórias intestinais está indicada em casos
selecionados, principalmente quando há complicações, como estenoses (regiões
de estreitamento), fístulas (feridas) e abscessos. Com os
novos tratamentos disponíveis, as cirurgias têm sido cada vez menos frequentes
e, quando ocorrem, costumam acontecer com pacientes em melhores condições do
que antigamente. “As DIIs não têm cura, são doenças crônicas que
precisam de tratamento e acompanhamento por toda a vida, assim como ocorre com
doenças como o diabetes e a hipertensão, por exemplo. Mas é importante frisar
que, atualmente, a maioria dos pacientes em tratamento consegue ter uma vida
normal”, pontua Maximiano.
É
possível ter qualidade de vida com as doenças infamatórias intestinais.
Atualmente, os tratamentos disponíveis possibilitam isso aos pacientes. “Não há
como prevenir o surgimento das DIIs, mas o seu pronto diagnóstico e o
tratamento adequado previnem a evolução de complicações”, finaliza.
Dr. Fabio Luiz
Maximiano - CRM 117.078 - Gastroenterologista
e prestador de serviços no Hospital América de Mauá | Professor de
Gastroenterologia no Centro Universitário São Camilo.
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