Baixa adesão e movimento antivacina aumentam o
risco de reaparecimento de doenças que já haviam sido eliminadas do Brasil
O
Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo montou uma ação em caráter emergencial para vacinar em torno de 10 mil
pessoas contra o sarampo na última quarta-feira, 20 de fevereiro, no Porto de
Santos (SP), para imunizar passageiros de desembarque e embarque no cruzeiro da
MSC. A ação em caráter de urgência surgiu após tripulantes terem contraído a
doença conforme exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz.
O
sarampo é uma infecção que se dá pelo contágio de gotículas de saliva que são
expelidas durante a fala, tosse, espirro e beijo. Entre os sintomas estão
febre, tosse persistente, irritação nos olhos, coriza, mal-estar intenso,
infecção no ouvido, coceira e manchas avermelhadas no corpo e no rosto
De
acordo com Claudio Gonsalez, infectologista do Hospital Santa Paula, episódios
como esse reforçam a necessidade de vacinação entre a população geral. A vacina
tríplice viral estimula a produção de anticorpos contra sarampo, rubéola e
caxumba. Já a tetra viral também afasta o risco de catapora (varicela).
Hoje
o calendário de vacinação preconiza uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e
outra aos 15 meses (a tetra viral). Crianças de 5 anos a 9 anos de idade que
não foram vacinadas devem tomar duas doses da vacina. Quem tem de 10 a 29 anos
de idade deve tomar duas doses da vacina. Já a faixa etária de 30 e 49 anos só
precisa tomar uma dose da vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e
rubéola).
“Adultos
na faixa de 30 anos devem ficar atentos, uma vez que, no passado, a vacinação
era feita aos 9 meses e em apenas uma dose. É melhor garantir a barreira
imunológica caso a pessoa não se lembre ou não está com a caderneta em dia. O
sarampo já foi uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo e em
2016 o Brasil ganhou um certificado de erradicação da doença, mas o avanço das
fake news ameaçam a vacinação no país e ressuscitam doenças. Esses ataques com
informações infundadas virou um problema de saúde pública”, explica o médico.
A
vacinação é contraindicada para gestantes, pacientes imunodeprimidos, crianças
e adultos expostos ou infectados pelo vírus HIV com sintomatologia grave,
histórico de alergia grave após aplicação de dose anterior das vacinas ou a
algum de seus componentes.
Para
ajudar a combater as “fake news”, o Ministério da Saúde disponibilizou um
número de WhatsApp para envio de mensagens da população e um site com as
informações virais apuradas pelas áreas técnicas. Qualquer cidadão pode
participar gratuitamente pelo telefone (61) 99289-4640. O site é http://portalms.saude.gov.br/fakenews .
O
Estado do Pará registrou 62 casos da doença até o dia 28 de janeiro, segundo
informações do Ministério da Saúde. No total, são 10.302 casos confirmados da
doença em 11 estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul, São Paulo,
Mato Grosso e Rio de Janeiro.
Hospital
Santa Paula
Av.
Santo Amaro, nº 2468 - Vila Olímpia - (11) 3040-8000
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