Embora
a palavra câncer ainda seja um tabu para um grande número de pessoas, os
especialistas são unânimes em afirmar que a identificação precoce da doença
aumenta consideravelmente as chances de cura.
Por
isso, a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da
Organização Mundial da Saúde (OMS), marcou 4 de fevereiro como o Dia Mundial de
Combate ao Câncer, com o objetivo de conscientizar e educar a população sobre a
prevenção, que pode evitar milhões de mortes todos os anos. O mês também é
conhecido pela cor laranja para alertar sobre a leucemia.
A
tendência global ainda é de crescimento no número de casos de câncer, o que
aumenta a importância de iniciativas como essas. De acordo com a OMS, uma a
cada seis pessoas morrem no mundo em razão da doença e cerca de 18 milhões
desenvolvem o câncer a cada ano, a maioria em países de baixa e média renda. A
expectativa é que o número chegue a 21 milhões de pessoas, em 2030.
No
Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima a ocorrência de 600 mil
novos casos em 2019, sendo 1/3 relacionados com o estilo de vida: tabagismo,
consumo de álcool, sedentarismo, obesidade e exposição excessiva ao sol. Entre
os cânceres com maior incidência entre os homens estão os de próstata, de
traquéia, de brônquio e de pulmão, seguido de cólon e reto. Já entre as
mulheres, os mais frequentes são os de mama, de cólon e reto e de colo do
útero.
“É
importante destacar o impacto da educação e a prevenção junto a todos os tipos
de cânceres, pois já está comprovada a redução de pelo menos 30% da incidência
e mortalidade quando as ações são efetivas no sentido de prevenir ”, destaca o
Dr. Ricardo Antunes coordenador da área de Cirurgia Oncológica do Grupo Leforte
e presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).
Alimentação
saudável e a prática de atividades físicas, como caminhar, já são um bom
começo, pois contribuem para evitar um fator de risco importante para o câncer:
a obesidade. Aliado a estas práticas, é preciso dar atenção aos exames
preventivos de acordo com a faixa etária ou identificação de alguma alteração
na saúde ou no corpo, como um pequeno nódulo.
Fevereiro laranja
O mês e a cor buscam atuar na conscientização de
combate à leucemia, uma doença que começa na medula óssea,
onde o sangue é produzido, e está entre os dez tipos que mais atingem a
população brasileira (https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer).
Geralmente,
de origem desconhecida, a leucemia possui mais de 12 tipos sendo que os quatro
mais comuns são:
- Leucemia linfoide crônica (LMC): Raramente
afeta crianças. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da
doença tem mais de 55 anos. Se desenvolve de forma lenta.
- Leucemia mieloide crônica (LMA):
Atinge principalmente adultos
- Leucemia linfoide aguda (LLA): Mais comum em
crianças pequenas, mas também ocorre em adultos. Avança rapidamente
- Leucemia mieloide aguda (LMA): A incidência aumenta com o aumento
da idade.. Ocorre em crianças e adultos e avança rapidamente.
Entre
os sintomas estão: cansaço, dores nos ossos e nas articulações, febres que
podem vir acompanhadas de suores noturnos, perda de peso, aparecimento de
manchas roxas ou avermelhadas na pele, palpitações e sensações incômodas na
região abdominal, sangramento nas gengivas e no nariz, e inchaço no pescoço.
“Estes
indicativos iniciais podem ser confundidos com outras doenças, principalmente
quando falamos de crianças. Por isso, a importância desta data de alerta para
reforçar a investigação de alterações na saúde e também nos resultados de
exames de sangue de rotina”, explica o Dr. Rodrigo Santucci,
médico-chefe do setor de Transplantes de Medula Ossea do Hospital Leforte.
Ele
reforça as chances de cura por meio de tratamentos avançados como os anticorpos
monoclonais –proteínas usadas pelo sistema imunológico para identificar e
neutralizar corpos estranhos, como células tumorais –, tratamentos
quimioterápicos ou o mais conhecido que é o transplante de medula óssea. Neste
caso, a doação pode vir de um parente compatível ou de uma pessoa que fez um
cadastro no hemocentro, cujo dados vão para o REDOME (Registro Nacional de
Doadores de Medula Óssea).
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