segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

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4 dias de folia, uma vida de consequências: saiba como se proteger das ciladas comuns ao carnaval


Conhecer os cuidados necessários à saúde garante a folia e previne desde os efeitos do excesso de álcool, as doenças sexualmente transmissíveis, até uma gravidez não planejada


O carnaval está chegando, trazendo consigo a ideia de curtição sem limites. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas e as relações sexuais desprotegidas, comuns a essa época, podem ter consequências que refletirão durante o resto da vida, como uma gravidez não planejada. Confira os cuidados que precisam ser tomados para não acabar tudo em cinzas.


Filhos da folia

Durante esse período do ano, o Ministério da Saúde distribui cerca de 100 milhões de preservativos, popularmente conhecidos como camisinha. Mesmo assim, o esquecimento ou a escolha de não o utilizar é comum entre os foliões. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 73% da população brasileira já teve relações sem o uso de nenhum método contraceptivo em algum momento da vida.

Como consequência desse descuido, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal Fluminense revelou que as vendas de testes de gravidez crescem em 15% nas semanas seguintes a data no país.

Além de evitar uma gravidez indesejada, o uso da camisinha previne a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Outros métodos de contracepção como DIU (de cobre e hormonal) e pílulas anticoncepcionais, quando usados de forma correta, também são eficazes na contracepção e podem ser associados a camisinha quando há orientação médica, no entanto, apenas a camisinha protege contra as DSTs. É importante lembrar que com ela ambos os parceiros estão protegidos” explica Dr. José Bento, médico dos hospitais Albert Einstein e São Luiz


Consumo de Álcool

Outro hábito comum aos carnavalescos de plantão é o consumo – muitas vezes exagerado – de bebidas alcoólicas. Além do efeito imediato de euforia e falta de coordenação motora, os impactos desse abuso refletem em diversos órgãos como o coração, estômago e principalmente o fígado.

A Dra. Cassia Leal, hepatologista do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, explica que o fígado é o principal responsável por metabolizar as substâncias presentes no organismo. “A curto prazo, as doses excessivas de álcool podem sobrecarregar o órgão, causando uma intoxicação que pode resultar em coma alcoólico. Com o passar do tempo, o consumo pode provocar um quadro de cirrose hepática, que pode progredir para um câncer”, explica a especialista. “Estima-se que a ingestão de aproximadamente quatro latinhas de cerveja, três doses de uísque ou vodca, um copo de cachaça e menos de uma garrafa de vinho, diariamente por aproximadamente 10 anos, no caso dos homens, e apenas metade dessa quantia para mulheres, é suficiente para causar a cirrose”.

Atualmente, o câncer de fígado mata cerca de 700 mil pessoas ao ano no Brasil, de acordo com o Datasus, por isso é preciso ter moderação e consciência na frequência e quantidade de ingestão.


Estimulantes sexuais

Outro hábito que tem se tornado comum entre os jovens é o uso de estimulantes sexuais. Segundo o Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo, um a cada cinco jovens já fez uso dessa classe de medicamentos sem prescrição médica. Essa prática é ainda mais recorrente quando há o consumo de álcool já que em excesso, a substância prejudica o desempenho sexual.

“Entre os alcoólatras existe uma prevalência maior de disfunção erétil, isso faz com que eles procurem os estimulantes sexuais como uma alternativa para esse problema. Porém, o uso indiscriminado dessa substância por jovens que não necessitam dessa medicação pode levar a uma dependência psicológica, acreditando que somente dessa forma o desempenho sexual será completo e satisfatório”, explica o especialista Dr. Eduardo Bertero, Urologista, Mestre em urologia pela USP e especializado em Disfunção Erétil. Para os cardiopatas, o risco é ainda maior, isso porque as pílulas funcionam como vasodilatadores que podem causar sintomas como pressão arterial baixa e palpitações.

Vale lembrar que embora o feriado seja feito para a diversão, não dá para se esquecer da saúde. Para combater a intoxicação alcoólica, é recomendado alternar o consumo de bebidas com água e evitar o jejum. Já para os namoradeiros de plantão, a camisinha se torna a melhor amiga.





Bayer



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