quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Voos longos podem provocar trombose e até embolia pulmonar


Cirurgião vascular dá dicas para prevenir as doenças

 Imagem retirada da internet


Estamos no período das férias e das viagens com a família. E quem vai para longe, sempre sofre com os longos períodos na mesma posição, seja no carro ou nas apertadas poltronas de um avião. O grande problema é a imobilidade prolongada, que ocorre em diversos meios de transporte, assim como em viagens aéreas, e pode trazer grande risco para a saúde.

O Cirurgião Vascular e Radiologista Intervencionista Dr. Airton Mota Moreira, da Clínica CRIEP (Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa) explica que quando se fica muito tempo em repouso, a circulação pode se tornar mais lenta e levar o sangue a formar coágulos principalmente nas veias das pernas, conhecida como trombose venosa profunda (TVP) ou como “Síndrome do viajante”.

Na maior parte das vezes, o trombo se forma panturrilha, mas pode também instalar-se nas coxas e até nos membros superiores. O sintoma mais comum é inchaço de panturrilha, acompanhado ou não de dor e calor local.

“Trombos iniciados nas veias das pernas podem se fragmentar e produzir êmbolos, que podem migrar, por meio do fluxo de sangue, para o pulmão e provocar o bloqueio da circulação com infarto (obstrução) dos tecidos. Isto é conhecido como embolia pulmonar e que exige diagnóstico e tratamento rápidos”, ressalta o cirurgião.

Desta forma, após o diagnóstico de uma TVP é fundamental instituir o tratamento adequado para evitar a complicação mais grave e fatal que é a embolia pulmonar.

“Em alguns casos de trombose, procedimentos intervencionistas, como o implante do filtro de veia cava, podem ser necessários. Ele consiste em um dispositivo metálico semelhante a um ‘guarda-chuva’ que é introduzido na circulação por meio da punção da veia femoral (virilha) ou jugular (pescoço), sob anestesia local ou sedação. O objetivo deste material é evitar ou diminuir os riscos de embolia pulmonar, capturando trombos que eventualmente migrem para o pulmão a partir das pernas”, explica Dr. Airton.

O cirurgião completa que quando a embolia pulmonar já está estabelecida, técnicas intervencionistas podem ainda ser utilizadas para salvar a vida, promovendo a limpeza dos vasos do pulmão (trombólise pulmonar), reestabelecendo a circulação local. Neste tratamento, são injetadas drogas para dissolver coágulos por meio de cateteres.

Com relação às viagens de avião prolongadas, o médico destaca as seguintes medidas que podem ajudar a prevenir a trombose das veias das pernas:

·         Levantar-se e caminhar no corredor do avião a cada duas horas;
·         Exercitar a perna, principalmente panturrilha (batata da perna);
·         Dar preferência a cadeiras no corredor, onde é mais fácil se movimentar;
·         Evitar tomar medicamentos para dormir, uma vez que podem impedir que você se levante e ande durante a viagem;
·         Passageiros que já possuem alguma predisposição à doença, o ideal é realizar o uso de meias elásticas ou utilizar medicamentos anticoagulantes, mas sempre sob orientação médica.





Dr. Airton Mota Moreira - especialista em Angiorradiologia e Radiologia Intervencionista. Iniciou sua formação no Piauí, onde completou graduação em Medicina no ano de 1990 pela Universidade Federal local (UFPI). Residência Medica credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) em Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular Periférica. Obteve o Título de Especialista em Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SoBRICE).




CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa 



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