A
obesidade é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o acúmulo
excessivo ou anormal de gordura, que pode resultar em dano à saúde do indivíduo,
e é considerada um dos principais problemas de saúde pública da atualidade,
apesar dos esforços em todo o mundo para o seu controle1. Trata-se
de uma pandemia, que vem alterando negativamente a saúde da população mundial,
devido a uma má adaptação da sociedade à vida moderna nas grandes cidades, com
toda a facilidade de acesso a produtos industrializados e ultras processados,
ricos em carboidratos simples e gorduras
modificadas.
A
obesidade é uma doença, inclusive com código internacional de doença próprio
(CID 10 – E 66.), e deve ser encarada desta maneira. Não existe, por definição,
obeso saudável. Todo paciente obeso está exposto a um risco de desfechos
cardiovasculares desfavoráveis, pois a obesidade é um fator de risco
independente para infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral
(AVC).
Além de
ser um fator isolado para os desfechos, é também um fator de risco para a
ocorrência de doenças ligadas a obesidade como o diabetes mellitus tipo 2,
hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, aterosclerose,
doenças respiratórias, osteoartrose, infertilidade, síndrome dos ovários
policísticos e alguns tipos de câncer, impactando a qualidade de vida e a
longevidade da população2.
De
acordo com pesquisas do Ministério da Saúde (2015) 53,8% dos brasileiros estão
acima do peso e destes, 18,9% são obesos. O Brasil está em terceiro lugar no
ranking de obesidade, em comparação com outros países emergentes considerados
subdesenvolvidos3.
Diante
de todas essas informações, a pergunta que não quer calar é: até quando você
irá brincar com a sua saúde? Continua realmente achando que o emagrecimento é
apenas um processo estético? Ainda acha que o mais importante é a opinião dos
outros sobre o seu corpo? Persiste a ideia de que a “magreza” é uma imposição
da sociedade e não uma necessidade de saúde?
Essas
perguntas e questionamentos deveriam ecoar na cabeça de toda a população acima
do peso. Muitas vezes, as pessoas negligenciam a sua saúde por desconhecimento,
mas na era da tecnologia atual, onde qualquer informação é facilmente
adquirida, permanecer negligenciando a sua saúde, em prol de maus hábitos
alimentares e falta de atividade física, é no mínimo questionável.
O único modo de trazer saúde ao seu corpo, aumentar a sua longevidade, e evitar
risco de morte por desfechos cardiovasculares ou câncer, é através da adoção de
uma real e profunda mudança no seu estilo de vida. Mudar a sua relação com a
comida, reaprender a comer e ter hábitos saudáveis no seu dia a dia.
Exercitar-se sempre, incluindo uma rotina de atividade física na sua vida.
Mudar a sua mente, e aprender de uma vez por todas que não vivemos para comer,
devemos sim, comer para viver.
A obesidade é uma doença extremamente complexa e multifatorial, e como tal, seu
tratamento deve envolver uma equipe multiprofissional preparada para agir em
cada ponto de sua etiologia, para que no final o paciente resgate sua saúde,
autoestima e felicidade.
BIBLIOGRAFIA
1.
Abdelaal
M, le Roux CW, Docherty NG. Morbidity and mortality associated with
obesity. Annals of Translational Medicine.
2017;5(7):161.
2.
Haslam
DW, James WP. Obesity. Lancet 2005, 366, 1197-1209
3.
Ministério
da Saúde. Vigitel 2016. http://portalsaude.saude.gov.br
(Acessado em 10 de outubro 2017).
Nenhum comentário:
Postar um comentário