Poucos líderes da indústria se dão conta de que o manual da qualidade é mais do que um simples anexo às atividades já definidas. Ele é um indicador administrativo importante de uma empresa. A finalidade do manual é justamente descrever o funcionamento de uma organização, de tal modo a assegurar que tudo seja sempre realizado da mesma maneira.
A descrição de um processo
indicado no manual deve estar adequada à realidade da empresa e o gerente de
qualidade deve seguir este caminho em alinhamento com a diretoria para garantir
a padronização do fluxo de atividades. Se um novo processo é fielmente descrito
no manual, com devidas entradas e saídas, toda a organização poderá se adequar
simultaneamente.
Além de atender demandas de
certificação, o manual da qualidade abre facilidades para a adoção de
atividades que sejam padronizadas, porque é responsável pela descrição de
estrutura dos processos internos. É importante destacar que um processo
padronizado oferece a vantagem de garantir que o produto também sempre seja
fabricado da mesma maneira.
Uma constatação após 22 anos no
País é que os brasileiros em geral demonstram uma maior predisposição para
aceitar novas regras e seguir procedimentos. Aqui as pessoas são mais flexíveis
do que os europeus, norte-americanos ou canadenses, que geralmente apresentam
muita resistência para a adaptação a uma nova maneira de realizar os processos.
Exemplo disso é que recentemente
a unidade da Umicore no Brasil foi escolhida para implementar primeiramente, a
título de teste, novos sistemas de segurança ocupacional e obter a
certificação. Outras unidades ao redor do mundo seguiram o mesmo caminho depois
que os sistemas foram implementados e certificados aqui com sucesso. É um
elogio à capacidade do brasileiro de se adaptar.
Mas muitos ainda enxergam a
qualidade como a capacidade de um produto, em vez de uma importante ferramenta
para o gerenciamento de uma empresa inteira. Os líderes precisam ser
convencidos de que o manual é o centro da operação por descrever todos os
processos internos, como compras, desenvolvimento de produto e manufatura.
Tudo fica descrito no manual, com
muitos detalhes e links para outros procedimentos, que apresentam descrições
com ainda maior volume de dados. São responsabilidades do gestor da qualidade
organizar, estruturar e manter atualizado o manual da qualidade, assim como
apontar desvios, para que sejam corrigidos também na organização.
Neste sentido, o Instituto da
Qualidade Automotiva (IQA) faz um apelo aos dirigentes das empresas, que
precisam dar o devido valor ao manual de qualidade. Assim, fica lançado o
desafio para cada um utilizar essa ferramenta com a finalidade de assegurar uma
fiel descrição dos processos da empresa para garantir a padronização do fluxo
de atividades, o que é fundamental para realizar processos e produtos de
QUALIDADE.
Stephan Blumrich -
engenheiro mecânico, vice-presidente e diretor da Umicore no Brasil e diretor
do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA)
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