Segundo pesquisa divulgada
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), atualmente, os idosos
representam mais de 7% da força de trabalho
De
acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA), atualmente, os idosos representam 7,8% da força de trabalho, o que
representa um aumento de 1,5% em relação ao ano de 2012, quando os aposentados
ativos somavam 6,3% dos economicamente ativos. Outro dado relevante apontado
pelo levantamento foi que no primeiro trimestre de 2012, 20% dos idosos que
perderam o emprego optaram por parar de trabalhar, já no mesmo período de 2018,
o número caiu para 16%. Da mesma forma, aqueles que já estavam desempregados entre
janeiro e março de 2012, 48% optaram por aderir à inatividade, enquanto em 2018
esse número caiu para 40%. No comparativo desses seis anos que separam as duas
pesquisas, a análise aponta, ainda, para uma menor absorção daqueles que já
passaram dos 60 anos pelo mercado, se em 2012 28% conseguiram uma colocação, em
2018 esse número caiu para 23%, um decréscimo de 5%.
Os
dados refletem uma realidade brasileira de envelhecimento da população, mas
também mostram que o perfil do idoso está mudando. "Seja por necessidade,
seja por vontade, os idosos estão cada dia mais presentes no mercado de
trabalho", diz José Augusto Minarelli, CEO da Lens & Minarelli e
especialista em recolocação profissional. Um dos fatores que influencia nesse
aumento do número de idosos como força de trabalho está o alto número de
desempregados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em agosto já eram cerca de 13 milhões em todo país. "Situações
como esta, muitas vezes, obrigam aqueles que já poderiam estar descansando a
voltar ao trabalho para complementar a renda doméstica", diz Minarelli.
De
acordo com pesquisa realizada pela LCA Consultores, empresa de soluções em
economia, aproximadamente 10 milhões de pessoas dependem da renda dos
aposentados para viver. Só em 2017, os domicílios nos quais 75% da renda (ou
mais) vem de indivíduos com mais de 60 anos, sofreu um aumento de 12%, o que
totaliza, hoje, 5,7 milhões.
Para
José Augusto Minarelli, uma aposentadoria ativa é desafiadora, mas necessária
para quem deseja manter a qualidade de vida e a saúde financeira estável. Para
atingir o objetivo, há algumas ferramentas que facilitam o processo de
adaptação pessoal e de reconhecimento do mercado, entre elas, o counseling como
instrumento de apoio à reflexão e decisões pessoais e profissionais. Para
tanto, é realizada uma avaliação que abrange desde competências, vocações e
olhar mercadológico até a detecção de ameaças à saúde. O especialista ressalta,
ainda, que a aposentadoria deve ser observada como uma nova fase de aprendizagem
e, com o counseling,
ela pode ser vivenciada com a plenitude do auxilio profissional.
Entre
as opções para quem quer ou precisa trabalhar nessa fase da vida é investir em
novos negócios, principalmente num momento de retração do mercado formal. Mas
empreender pode ser um desafio ainda maior. Minarelli considera que
resiliência, ousadia, poder de negociação, boa comunicação, habilidade para
liderança e gerenciamento de crise, são algumas características que definem
alguém preparado para essa empreitada. "É preciso que cada pessoa
identifique suas necessidades e potencialidades antes de se arriscar em um novo
empreendimento", finaliza Minarelli.
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