Dermatologista e membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia, Teresa Noviello, explica porque o protetor solar
deve ser mantido durante a estação mais fria do ano
Costuma-se associar o uso do protetor
solar ao verão, devido à alta incidência solar. No entanto, o que muitos não
sabem ou não dão a devida importância é que a emissão de raios ultravioleta
ocorre durante todo o ano, independente da estação climática do país. Por ser o
principal responsável pelo câncer de pele, especialistas chamam à atenção para
a importância da proteção diária da pele contra os raios UV.
A dermatologista e membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD), Teresa Noviello, explica que há a falsa
impressão que durante o inverno – que iniciou em junho e durará até setembro –
o uso do protetor solar deve ser deixado de lado, já que as temperaturas são
mais baixas e a incidência dos raios solares reduzem. No entanto, os raios UV
continuam sendo emitidos e podem atingir a pele, caso ela não esteja protegida.
“Aquele ditado que fala ‘Sol de inverno não queima’ está completamente
errado. Essa falsa idéia faz as pessoas se exporem sem proteção durante
períodos críticos, como de 10h às 16h”, conta.
Todos as pessoas devem se proteger com o
protetor solar, sendo que os fototipos de maior risco são o I e II, que
enquadram as pessoas de pele branca, com sardas, cabelo claro ou ruivo e olhos
claros. “Além desses grupos de risco, quem possui histórico familiar de câncer
de pele também deve redobrar a atenção”, aponta Teresa.
De acordo com a SBD, o câncer de pele
representa cerca de 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo
que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, aproximadamente
180 mil novos casos. O tipo não melanoma, apesar de atingir um número maior de
pessoas, é menos grave do que o melanoma. “O não melanoma é caracterizado pelo
crescimento descontrolado das células da pele, podendo gerar dois tipos de
cânceres: o carcinoma basocelular, que atinge as células basais e se encontra
na camada mais profunda da epiderme, e o carcinoma espinocelular, que surge nas
células escamosas e se encontra na derme, que é camada superior”, explica
Teresa. A dermatologista esclarece que apesar de surgir em diversas áreas do
corpo, as mais expostas, como orelhas, couro descoberto, rosto, pescoço e
braços, são as com maior incidência. Já o melanoma é o tipo mais grave da
doença, sendo capaz de atingir outros órgãos através da metástase.
As principais características que podem
sinalizar um possível câncer de pele são o surgimento de manchas e pintas.
Segundo a SBD, uma lesão elevada, brilhante, translúcida, avermelhada,
castanha, rósea ou multicolorida, com crosta e que sangra; uma pinta preta ou
castanha que muda de cor, textura e tamanho, e uma mancha ou ferida que não
cicatriza, que continua a crescer, apresentando crosta, coceira, erosões ou
sangrando podem ser indícios da doença. Lembrando sempre que apenas avaliação
clínica com dermatologista e biópsia poderão confirmar o diagnóstico.
Além do câncer de pele, como o inverno é
uma época propensa à tratamentos estéticos, o uso do protetor solar torna-se
ainda mais impressindível, a fim de evitar queimaduras, manchas e
alterações no resultado do tratamento. “Protetor solar deve ser usado
diariamente, com manutenção ao longo do dia. Pois, até mesmo as lâmpadas são
capazes de agredir nossa pele, por isso a proteção deve ser seguida à risca”,
aponta Noviello. A dermatologista aconselha uma avaliação dermatológica para
estipular um protetor solar indicado para o tipo de pele e alteração
patológica.
Teresa Noviello – CRM 36821 - Dermatologista,
Teresa Noviello é graduada em medicina pela Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, realizou residência em Clínica Médica pela Fundação
Hospitalar do Estado de Minas Gerais –
FHEMIG e em
Dermatologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. É Membro Titular da
Sociedade Brasileira de Dermatologia –
SBD e Regional MG .
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