No Brasil, o número de pessoas que não aplica protetor
solar diariamente é de 72, 5%, o que corresponde a quase 3/4 da população,
segundo pesquisa cientifica do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele. De
acordo com a pesquisa, em 2016, o percentual era de 65%, em 2015 foi de 53% e
em 2014 de 57%. Mesmo com a comprovação de que o sol pode ser um dos
principais implicadores no surgimento e desenvolvimento de manchas na pele, o
costume de se proteger contra os raios solares ainda não atingiu níveis
satisfatórios dentre os brasileiros.
Assim como o sol, outros fatores como o
envelhecimento, alergias, predisposição genética, alterações hormonais, e
hiperpigmentação após inflamações são alguns dos principais fatores que podem
influenciar na piora ou no aparecimento de manchas na pele. Algumas manchas
podem afetar somente a estética dos pacientes, outras podem ser sinais de
doenças subjacentes.
De acordo com a dermatologista Monalisy Rodrigues,
os principais tipos de manchas na pele se dividem entre as cores marrom, preta,
branca, roxa e vermelha. As manchas marrons abrangem condições como a
melanose ou mancha senil (possui ligação direta com o excesso da luz solar e
aparece com maior frequência no dorso das mãos, colo e costas),
fitofotodermatose (queimadura resultante da reação de um componente químico
presente em frutas cítricas com o sol), e o melasma (com maior incidência
durante a gravidez ou em mulheres que fazem uso de pílula anticoncepcional,
este tipo de mancha pode estar relacionado a fatores genéticos, hormonais e ao
sol).
A dermatologista explica que cada tipo de mancha de
tom amarronzado possui processos terapêuticos específicos. “No caso da
melanose, o paciente pode tratar suas manchas por meio da criocirurgia,
cauterização química, peelings químicos, procedimentos de dermoabrasão ou optar
pelo uso de luz pulsada. Já para o tratamento da fitofotodermatose, o paciente
deve lavar a área, hidratar a pele e aplicar o protetor solar. O melasma
não tem cura, mas tem tratamento que pode ser feito por meio de cremes
clareadores, pellings, laser, microagullhamento robótico e intradermoterapia.
No geral, os pacientes que possuem qualquer uma destas manchas deve evitar a
exposição excessiva ao sol, principalmente nos horários entre 10h e 16h, fazer
uso do filtro solar diariamente e de cremes hidratantes, mas sempre sob a
orientação de um dermatologista”, aconselha.
Dentre as manchas pretas podemos identificar o
nevo, nevo melanocítico congênito e a queratose seborreica escura. Os nevos se
traduzem em pequenas pintas ou manchas de formato arredondado e regular, que
podem ser planas ou elevadas, aparecendo nas primeiras décadas de vida de quase
todas as pessoas. As queratoses ou ceratoses seborreicas são lesões de
bordas irregulares, sobrelevadas e altas, com um aspecto verrucoso e superfície
áspera, que pode se destacar ou descolar em decorrência de pequenos
traumas. Estes três primeiros tipos de manchas pretas não possuem caráter
maligno, por isso, a retirada das mesmas depende dos anseios dos pacientes.
As manchas brancas abrangem a leucodermia solar ou
sardas brancas, pitiríase versicolor ou pano branco (micose de praia) e o
vitiligo. A leucodermia solar ou gutata, são pequenas manchas
esbranquiçadas na pele, com tamanho entre 1 a 10 mm, sendo causadas pela
exposição excessiva aos raios ultravioleta. Já a pitiríase versicolor ou micose
de praia é uma infecção de origem fúngica, que interfere na pigmentação normal
da pele e acaba por gerar pequenas manchas espalhadas pelo corpo. Por último, o
vitiligo é uma doença com uma possível origem genética, mas que ainda não tem
suas causas definidas. A doença leva ao aparecimento de manchas brancas na
pele, principalmente, em locais como os órgãos genitais, cotovelos, joelhos,
rosto, pés e mãos.
Para o tratamento da leucodermia, Monalisy explica que
além do uso do protetor solar, é possível fazer uso de lasers, crioterapia com
nitrogênio líquido e dermoabrasão. Já para a recuperação de manchas causadas
pelo pano branco, podem ser indicados cremes, loções ou xampus antifúngicos,
mas em casos mais extremos, ainda podem ser receitados comprimidos para uso via
oral. Já o vitiligo, mesmo não possuindo uma causa especifica, também possui
tratamento que pode ser realizado por meio do uso da fototerapia por LED,
aplicação de cremes e pomadas a base de corticoides e/ou imunomoduladores.
No grupo das manchas roxas se encontram os
hematomas (causados por pequenos traumas, batidas ou topadas em objetos, que
provocam o rompimento de vasos sanguíneos da pele) e a purpura senil, que são
petéquias, equimoses, ou hematomas, que aparecem no dorso, punhos, antebraços
ou das mãos, em decorrência do afinamento da pele, sendo comum em pessoas
idosas. “O tratamento de hematomas no primeiro momento se baseia no
resfriamento da área com a ajuda de compressas frias, em alguns casos podem ser
indicados cremes à base de arnica, heparina ou polissulfato de
mucopolissacarídeo. Em casos mais graves, o tratamento destas lesões pode ser
feito com o uso de aparelhos de LED, lasers, luz intensa pulsada e alguns
ultrassons estéticos. Quanto a purpura senil, o tratamento para essas manchas
tem o objetivo de tornar a pele mais espessa, sendo mais indicado o uso de
hidratantes a base de Vitamina C e K para amenizar o quadro”, orienta.
Ainda existem os nevos rubi ou pintas de sangue que
se enquadram no grupo de manchas vermelhas. De origem genética, essas
pintas são um agrupamento de pequenos vasos sanguíneos dilatados na superfície
da pele. Este tipo de mancha não é maligno, porém o paciente pode optar pela
retirada por motivos estéticos.
Por fim, a dermatologista aconselha que todas as
manchas sejam examinadas por um dermatologista regularmente para assegurar a
saúde da pele ou o diagnóstico e tratamento precoce de alguma patologia.
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