Condição provoca
insegurança em ambiente social e até problemas na fala. Especialista Priscila
de La Rocque explica a relação com a periodontite, fatores de risco, sintomas e
tratamentos
O estudo Percepções Latino-americanas sobre Perda
de Dentes e Autoconfiança, feito pela Edelman Insights, que ouviu 600
latino-americanos, revela que a perda de dentes é o segundo fator que mais
prejudica a qualidade de vida de pessoas entre 45 e 70 anos A pesquisa feita
com 151 brasileiros destaca ainda que, para 32% dos entrevistados, a perda de
dentes os impede de ter um estilo de vida saudável e ativo.
Um dos principais fatores que influenciam na perda
dentária, e para o qual poucas pessoas se atentam, é a periodontite. Segundo a periodontista
Priscyla de La Rocque, da Crie Odontologia, a doença
inflamatória e infecciosa gera perda dos tecidos de suporte localizados ao
redor do dente, causando mobilidade dentária e até mesmo a perda de todos os
dentes. "A periodontite é uma doença multifatorial, e depende da
predisposição do hospedeiro para se desenvolver, porém é associada à presença
de bactérias específicas na superfície dentaria devido à má higiene
bucal", explica a especialista.
Além de levar a perda dos elementos dentários,
prejudicando a mastigação, fala e estética do sorriso, sabe-se que a
periodontite está ligada ao desenvolvimento de doenças sistêmicas como:
dificuldade do controle sistêmico em pacientes com diabetes, complicações
obstétricas na gravidez, como parto prematuro, doenças cardíacas como infarto
do miocárdio e aterosclerose, e doenças pulmonares devido à aspiração direta de
micro-organismos da boca.
A pré-disposição genética, o fumo, diabetes, uso de
determinados medicamentos, alterações hormonais, má nutrição, fatores
psicossociais e outras condições sistêmicas que alterem os hábitos de higiene
bucal também influenciam no desenvolvimento da doença. "Sintomas
associados à gengivite como sangramento gengival espontâneo, gengivas inchadas,
mau hálito constante, presença de pus no sulco gengival e mobilidade dentária
são sinais de que é preciso procurar um profissional o quanto antes. Porém, em
diversos casos, a doença acontece de uma forma silenciosa e já se manifesta em
um estágio muito avançado", esclarece de La Rocque.
Infelizmente a doença periodontal ainda não tem
cura, porém existem vários tratamentos para controle da infecção. A raspagem
periodontal para remoção de cálculos dentários na superfície radicular do dente
é a principal abordagem, podendo ser acompanhada de cirurgias de acesso ou
cirurgias regenerativas para recuperar o tecido periodontal, além da associação
de medicações antimicrobianas. "Além disso, o controle de placa bacteriana
supra-gengival, feito por evidenciações de placa bacteriana, profilaxias e
higiene, é fator determinante para impedir o desenvolvimento da inflamação e
infecção gengival", afirma Priscila.
Como prevenir?
- Realizar uma boa higiene bucal, com escovações
após as refeições, ao acordar e antes de dormir.
- Usar o fio dental é imprescindível para limpar as
regiões onde a escova não alcança. No caso onde os dentes são separados, o uso
de escovas interproximais é recomendado.
- Consultar-se periodicamente ao cirurgião dentista
é necessário para controle e intervenção precoce, a fim de evitar a evolução da
doença.
Outros dados alarmantes da pesquisa feita pela
Edelman Insights:
- 52% dos entrevistados disseram que a perda de
dentes deixou a aparência do seu rosto pior;
- 43% afirmaram que a perda de dentes lhes
atrapalha a namorar ou paquerar
- 21% disseram que a condição lhes impediu de fazer
novos amigos.
- 38% dos entrevistados manifestaram se sentirem
mais inseguros para ir a festas e eventos sociais;
- 41% relataram mais dificuldade na pronúncia das
palavras após a perda de dentes.
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