segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Qualidade de vida: perda de dentes é o segundo fator que mais prejudica pessoas entre 45 e 70 anos, segundo pesquisa


 Condição provoca insegurança em ambiente social e até problemas na fala. Especialista Priscila de La Rocque explica a relação com a periodontite, fatores de risco, sintomas e tratamentos


O estudo Percepções Latino-americanas sobre Perda de Dentes e Autoconfiança, feito pela Edelman Insights, que ouviu 600 latino-americanos, revela que a perda de dentes é o segundo fator que mais prejudica a qualidade de vida de pessoas entre 45 e 70 anos A pesquisa feita com 151 brasileiros destaca ainda que, para 32% dos entrevistados, a perda de dentes os impede de ter um estilo de vida saudável e ativo.

Um dos principais fatores que influenciam na perda dentária, e para o qual poucas pessoas se atentam, é a periodontite. Segundo a periodontista Priscyla de La Rocque, da Crie Odontologia, a doença inflamatória e infecciosa gera perda dos tecidos de suporte localizados ao redor do dente, causando mobilidade dentária e até mesmo a perda de todos os dentes. "A periodontite é uma doença multifatorial, e depende da predisposição do hospedeiro para se desenvolver, porém é associada à presença de bactérias específicas na superfície dentaria devido à má higiene bucal", explica a especialista.

Além de levar a perda dos elementos dentários, prejudicando a mastigação, fala e estética do sorriso, sabe-se que a periodontite está ligada ao desenvolvimento de doenças sistêmicas como: dificuldade do controle sistêmico em pacientes com diabetes, complicações obstétricas na gravidez, como parto prematuro, doenças cardíacas como infarto do miocárdio e aterosclerose, e doenças pulmonares devido à aspiração direta de micro-organismos da boca.

A pré-disposição genética, o fumo, diabetes, uso de determinados medicamentos, alterações hormonais, má nutrição, fatores psicossociais e outras condições sistêmicas que alterem os hábitos de higiene bucal também influenciam no desenvolvimento da doença. "Sintomas associados à gengivite como sangramento gengival espontâneo, gengivas inchadas, mau hálito constante, presença de pus no sulco gengival e mobilidade dentária são sinais de que é preciso procurar um profissional o quanto antes. Porém, em diversos casos, a doença acontece de uma forma silenciosa e já se manifesta em um estágio muito avançado", esclarece de La Rocque.

Infelizmente a doença periodontal ainda não tem cura, porém existem vários tratamentos para controle da infecção. A raspagem periodontal para remoção de cálculos dentários na superfície radicular do dente é a principal abordagem, podendo ser acompanhada de cirurgias de acesso ou cirurgias regenerativas para recuperar o tecido periodontal, além da associação de medicações antimicrobianas. "Além disso, o controle de placa bacteriana supra-gengival, feito por evidenciações de placa bacteriana, profilaxias e higiene, é fator determinante para impedir o desenvolvimento da inflamação e infecção gengival", afirma Priscila.


Como prevenir?

- Realizar uma boa higiene bucal, com escovações após as refeições, ao acordar e antes de dormir.

- Usar o fio dental é imprescindível para limpar as regiões onde a escova não alcança. No caso onde os dentes são separados, o uso de escovas interproximais é recomendado.

- Consultar-se periodicamente ao cirurgião dentista é necessário para controle e intervenção precoce, a fim de evitar a evolução da doença.


Outros dados alarmantes da pesquisa feita pela Edelman Insights:

- 52% dos entrevistados disseram que a perda de dentes deixou a aparência do seu rosto pior;

- 43% afirmaram que a perda de dentes lhes atrapalha a namorar ou paquerar

- 21% disseram que a condição lhes impediu de fazer novos amigos.

- 38% dos entrevistados manifestaram se sentirem mais inseguros para ir a festas e eventos sociais;

- 41% relataram mais dificuldade na pronúncia das palavras após a perda de dentes.


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