É através das emoções que o
aluno amadurece e aprende mais. O aprendizado não ocorre de forma automática e
linear e as emoções têm um grande papel nesse processo. Para que o aprendizado
aconteça, é preciso que haja significado para o aluno dentro da proposta. Nessa
lógica, quanto maior a motivação e o interesse, mais aprendizado.
Por outro lado, as emoções
podem interferir ou até mesmo impedir o desenvolvimento do aluno. O nível de
estresse, angústia, pressão dos pais e autoestima, atuam diretamente no fluxo
e, consequentemente, no resultado final.
Tímido ou Reservado
Professores de uma forma
geral costumam abordar os pais nas ‘reuniões de pais e professores’ e dizer que
o aluno não aprende porque é tímido, o que na maioria das vezes pode ser um
ledo engano.
Nos dois casos (reserva ou
timidez), a maioria dos profissionais da educação não
está preparada para lidar com diferentes perfis de personalidade ou aspectos
emocionais da criança. Isso acaba, no entanto, causando um mal-estar entre pais
e escola e gerando falta de confiança nos profissionais em atuação.
Um aluno tímido tem
dificuldade em se expor. Para este, desempenhos sociais são um martírio
imprevisível e incontrolável.
Os sintomas mais comuns nos
alunos são o retraimento físico, o silêncio, ansiedade, gagueira, choro, voz
muito baixa, suor em excesso entre outros.
O aluno sente-se exposto e
impedido de se colocar no âmbito social como se uma muralha invisível o
mantivesse escondido.
Já o aluno reservado, não
tem estes sintomas. Na verdade, a única coisa aparente é a pouca participação
ou a interação verbal. Nesse caso, ele não sente necessidade de falar ou
interagir. Quando estimulado, coloca-se de forma tranquila.
Como tratar esses perfis
A timidez, a reserva ou
qualquer outra característica de personalidade, precisa ser cuidada e abordada
de forma cuidadosa e profissional.
O estado emocional do aluno
vai ajudar ou atrapalhar seu rendimento e adaptabilidade ao cenário escolar. O
professor em sala deve dar atenção e ajudar o aluno a se desenvolver,
respeitando a personalidade e as dificuldades dele.
Ao reduzir a influência
negativa do filtro afetivo* do aluno, o professor potencializa a capacidade de
aprendizado e estimula a motivação. Isso se dá através do contato visual,
interação, respeito mútuo, reflexão sobre os alunos após as aulas.
Quando o professor consegue
estabelecer um elo de confiança em um ambiente de conforto para que o
aprendizado aconteça, o aluno entende que errar faz parte do processo e que ele
não está sozinho.
Daniella
Campelo - Coordenadora Pedagógica e Treinadora em Educação Bilíngue. Campello
faz parte da equipe do programa de educação bilíngue pioneiro no Brasil, Systemic Bilingual, que está presente em mais de 80 escolas em 18 estados brasileiros,
levando educação bilíngue a mais de 16 mil alunos.
* Filtro Afetivo (Afective
Filter Hypothesis by Stephen Krashen**) – Bloqueio emocional que gera o
sentimento de vergonha e impede os alunos da plena utilização da informação no
aprendizado.
**Stephen Krashen, professor
emérito da University of Southern California (USC), é um linguista renomado,
pesquisador militante da área de educação.
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