quarta-feira, 4 de julho de 2018

Chegada do inverno aumenta incidência de doenças respiratórias


Professor do Curso de Medicina da Unifran, Dr. Carlos Luís Botto Rosa, explica quais são as principais doenças e como se prevenir


Com a chegada do inverno, são recorrentes os sintomas e a proliferação de doenças respiratórias como gripe, resfriados, rinossinusites e pneumonias. Até junho deste ano, foram registrados no Brasil 3.558 casos de gripe, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

A chegada do frio também pode ser responsável pelo aumento de casos de rinite alérgica, asma e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). “Isso acontece devido a diminuição da temperatura e da umidade relativa do ar, além da intensificação dos efeitos da poluição durante o inverno, o que torna o ar mais agressivo para o sistema respiratório” explica o Dr. Carlos Luís Botto Rosa, Professor do Curso de Medicina da Unifran. “A tendência de nos mantermos em ambientes fechados durante o frio também é outro motivo para as doenças respiratórias se agravarem nesse período”, completa. 

No período de 23 de abril a 22 de junho, ocorreu a campanha nacional de vacinação contra gripe. No entanto, o Ministério da Saúde conseguiu atingir apenas 86,1% do público alvo (grupo de risco). A região sudeste foi o local com menor cobertura, com 81% de vacinados. 

O Pneumologista e Professor do Curso de Medicina da Universidade de Franca (Unifran), Dr. Carlos Luís Botto Rosa, explica a seguir quais são as principais doenças respiratórias com maior incidência nessa época do ano e como tratá-las.


Gripe

É causada pelo vírus influenza e seus subtipos, apresenta sintomas de febre alta, dores no corpo além de tosse e coriza hialina. O tratamento é feito com analgésicos, antitérmicos e boa hidratação, exceto em casos específicos que, a partir de uma avaliação médica, se necessita de tratamento direcionado.

A prevenção se dá com boa hidratação, evitar aglomerações, lavar as mãos, lavagem nasal e, no caso das gripes, é de extrema importância a vacinação anual, principalmente para os grupos de risco (crianças de 6 meses a 5 anos; gestantes; mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias; pessoas com mais de 60 anos; população indígena; portadores de doenças crônicas, como diabetes, asma e artrite reumatoide; indivíduos imunossuprimidos, como pacientes com câncer que fazem quimioterapia e radioterapia; e portadores de trissomias)


Resfriado Comum

Os resfriados também são infecções virais comuns nessas estações, porém com sintomas mais amenos que os da gripe e causados por outros vírus que não o da influenza. O quadro dura em torno de três a cinco dias, podendo se estender até sete dias. Sintomas respiratórios também estão presentes como na gripe, mas normalmente menos agressivos. A febre costuma ser baixa, sintomas incapacitantes como a fadiga e prostração costumam ser menores. 

O tratamento também é baseado no controle dos sintomas e cuidados em geral, mas nesses casos não há tratamento direcionado nem vacinação.


Rinossinusites

É um processo inflamatório de vias aéreas superiores, acometendo mucosa nasal e seios paranasais. Os sintomas mais envolvidos são obstrução nasal, saída de secreção espessa, dor de cabeça e tosse. 

O tratamento consiste em lavagem nasal, controle dos sintomas, além da avaliação médica quanto a necessidade ou não do uso de antibióticos.


Pneumonias

As pneumonias consistem em quadro de infecção dos pulmões, normalmente secundárias a infecções bacterianas. O quadro clínico apresenta tosse produtiva (em que a secreção é eliminada), febre e dores no tórax. O diagnóstico e o tratamento devem ser sempre acompanhados de um médico, seja por via ambulatorial ou por via de internação hospitalar em casos indicados.
Sua prevenção também se dá por cuidados gerais de saúde e com
 a vacinação com vacina antipneumocóccica. De modo geral, medidas como boa alimentação, prática de atividades físicas, boas noites de sono, boa hidratação e manter cartão vacinal em dia são a base para prevenção de todas as doenças independente da época do ano. Mas com as alterações climáticas esses cuidados devem ser intensificados, assim como o acompanhamento das doenças crônicas com o intuito de minimizar os danos causados pelo clima. E claro, sempre lembrar que no aparecimento de sintomas de alguma doença, o médico deve ser procurado para que seja feito diagnóstico correto e tratamento adequado.








Fonte:  Dr. Carlos Luís Botto Rosa - , Especializado em Pneumologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Professor do Curso de Medicina da Unifran.


UNIFRAN

 

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