sexta-feira, 27 de julho de 2018

AMAMENTAÇÃO É BENÉFICA PARA O FILHO E PARA A MÃE


Campanha mundial pela amamentação acontece entre os dias 1 e 7 de agosto


"Aleitamento materno: a base da vida". Este é o tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) de 2018, que acontece entre os dias 1 e 7 de agosto. Definido pela Aliança Mundial para Ação em Amamentação (WABA, sigla em inglês) a ação ocorre em 120 países, incluindo o Brasil, e busca destacar a importância do tema na saúde de mães e filhos.

Segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), em colaboração com o Global Breastfeeding Collective, publicado em 2017, apenas 23 dos 194 países pesquisados registraram índices de amamentação exclusiva acima de 60%, em crianças menores de 6 meses. No Brasil, o índice foi de 38,6%.


O leite materno, comprovadamente, oferece a nutrição ideal e ajuda no amadurecimento do sistema imunológico do bebê, prevenindo e combatendo infecções. "Também está provado que o primeiro desenvolvimento cognitivo do bebê se inicia junto à mãe, nas mamadas, ao fixar o olhar materno, recebendo os estímulos visuais e auditivos que aumentam as conexões e sinapses cerebrais. Sabemos das dificuldades na rotina do dia a dia das mães, mas reforçamos sempre os benefícios para os dois", destaca a Dra. Denise Bedoni, pediatra coordenadora do Hospital Leforte, Unidade Morumbi.

Para as mulheres, amamentar também contribui para a prevenção do diabetes e do câncer de mama. Estudo publicado na revista JAMA Internal Medicine  revelou que a amamentação por períodos mais longos foi associada a uma redução graduada em 25% a 47%, na incidência de diabetes (https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2668634).

O Fundo Mundial para Pesquisa sobre Câncer, do Instituto Norte-Americano para Pesquisa sobre o Câncer inclui a amamentação entre as recomendações para prevenir o câncer de mama. De acordo com a entidade, amamentar reduz o risco de incidência da doença no caso da mãe e de sobrepeso ou obesidade, no caso da criança.(https://www.wcrf.org/dietandcancer/recommendations/breastfeed-your-baby)

Outro ponto que merece destaque durante a campanha se refere à alimentação da gestante. "A futura mãe costuma ficar preocupada com a produção do leite. Por isso, a recomendação é buscar uma alimentação com produtos com a menor taxa possível de industrialização. A dieta tem que ser variada, incluindo pães e cereais, frutas, legumes, verduras, derivados do leite e carnes. Uma boa ingestão de água, além de sucos e chás, também é importante, dando a certeza de que a sede está sendo saciada", explica Marisa Diniz Graça, nutricionista do Hospital Leforte, Unidade Liberdade.

A amamentação será um dos temas debatidos durante a IV Jornada de Pediatria, que o Hospital Leforte realizará no próximo dia 18 de agosto, em São Paulo. O evento reunirá pediatras de todo o País, para discutir, também, distúrbio do sono, diagnóstico e tratamento de doenças neurológicas e vacinação, entre outros assuntos, com a participação de especialistas renomados.  


Veja abaixo alguns mitos e verdades sobre amamentação


1. Existe leite fraco?

Mito: Cada mãe produz o leite adequado para as necessidades de seu bebê. Se a criança mama regularmente e está ganhando peso, não há motivo para preocupação.  O leite materno é menos encorpado e mais claro que o leite de vaca. Mas isso não impede que seja rico em nutrientes. Essa é a maior dúvida entre as mães, que acabam interrompendo o aleitamento materno exclusivo.


2.Stress interfere na produção de leite? 

Verdade. Mães que estão passando por situações de stress ou muita tensão podem, muitas vezes, produzir uma quantidade anormal de adrenalina, que bloqueia a oxitocina, um dos hormônios que influenciam na amamentação. Por este motivo, essas mulheres tendem a produzir leite em quantidade insuficiente.


3.Amamentar acelera a perda de peso da mãe?

Verdade. Mantendo uma dieta rica e balanceada, a mãe que amamenta de maneira exclusiva nos primeiros meses volta mais rapidamente ao seu peso normal. O corpo gasta cerca de 700 calorias todos os dias, somente para produzir leite para o bebê.


4.O bebê necessita mamar a cada três horas?

Mito. Não há uma regra rígida em relação ao horário e a periodicidade. Essas questões variam conforme a demanda do bebê. A mãe deve oferecer o leite em "livre demanda", ou seja, toda vez em que o bebê sentir fome, o que pode variar de duas a três horas. Uma atenção especial deve ser dada a bebês que dormem muito. Acima de quatro horas, deve ser acordado para mamar, evitando casos de desidratação e hipoglicemia.


5.Alimentos consumidos pela mãe influenciam no sabor do leite? 

Verdade. Pesquisas indicam que, desde a amamentação, o bebê já pode sentir os sabores e aromas dos alimentos consumidos pela mãe por meio do leite. Isso o deixa mais disponível para aceitar os mesmos alimentos durante a introdução da alimentação complementar.


6.Canjica e cerveja preta aumentam a produção de leite.

Mito. Não existe nenhuma relação entre a ingestão de alimentos e o aumento ou diminuição da produção de leite. O que aumenta a quantidade de leite é a sucção regular da criança. Portanto, quanto maior a oferta de mamadas, maior será a produção de leite.


7.É preciso revezar as duas mamas para amamentar.

Mito. O ideal é que o bebê esvazie uma mama e na próxima mamada seja oferecida a outra. Isso é importante porque o leite posterior só é alcançado depois de alguns minutos de mamada. Essa é uma porção rica em açúcar e gordura que ajuda o bebê a se saciar e ganhar peso mais rápido. Caso não ingira esta parte do leite, ele terá fome mais rapidamente.


8.Amamentação deve ser exclusiva até os seis meses.

Verdade. O recomendado é que a criança seja amamentada de maneira exclusiva até os seis meses. A partir daí, deve-se intercalar a oferta de alimentos pastosos, sólidos e outros líquidos. O aleitamento deve continuar até os dois anos.



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