Muitos
profissionais com perfil adequado e boa formação acadêmica não conseguem se
manter nos empregos, pois são demitidos com frequência ou pedem demissão por
motivos banais. Alguns cursaram universidade de primeira linha, falam dois ou
três idiomas, fizeram vários treinamentos técnicos, mas são indisciplinados ou
indolentes, ou arrumam confusões desnecessárias, ou cometem pequenas
malandragens no dia a dia.
Como
muitas vezes batem metas, a empresa (na verdade, o chefe) finge que não percebe
comportamentos inadequados. Pequenas espertezas, como mentir para os clientes,
chegar atrasado com frequência, não entregar relatórios e faltar com
justificativas absurdas, acabam contaminando negativamente toda a equipe, criando
o que chamo de “vale-trambique”, que significa uma permissão informal para que
todos na empresa tenham o mesmo comportamento, sem nenhuma consequência: “Se
ele pode fazer errado e nada acontece, eu também posso”. Em breve, as mesmas
atitudes ruins estarão disseminadas.
Imagine
um barco de pesca em alto-mar, cujos tripulantes trabalhem quando e como
quiserem, durmam quando desejarem, pesquem apenas quando estiverem com vontade,
briguem na distribuição das refeições e que os mais fortes explorem os mais
fracos. Haverá motim, o capitão perderá autoridade e no primeiro porto os bons
tripulantes vão pular fora, deixando-o ainda mais refém da turma da bagunça.
Não
defendo que empresas tenham disciplina militar para serem eficientes, muito
pelo contrário, pois pessoas comprometidas e talentosas querem flexibilidade e
autonomia. Por isso é imprescindível ter regras claras: O que é aceitável e o
que não é? O combinado nunca sai caro e dá um roteiro para as pessoas
trabalharem sabendo o que esperar. Existem muitas atitudes positivas
nesse sentido, no entanto, selecionei algumas que tenho observado serem comuns
em profissionais de alta performance.
Profissionalismo: É a
determinação de desempenhar o trabalho de forma ética e benfeita, com a
preocupação de entregar o que é combinado sem ninguém mandar. Gente assim se
desdobra para cumprir a palavra ou os compromissos, mesmo sem cobrança.
Senso
de urgência: Ser ágil para resolver problemas ou dar
retorno sobre qualquer demanda é sinal de respeito com clientes, colegas,
fornecedores e até desconhecidos. Significa também responder e-mails,
telefonemas ou qualquer solicitação o mais rápido possível.
Empatia: É a
preocupação sincera de compreender emoções e sentimentos alheios. É a
habilidade de se colocar no lugar do outro, para entender como ele pensa e age.
Pessoas empáticas tendem a ser melhores negociadoras em muitas situações.
Dor
de dono: Significa atuar como se a empresa fosse dele – controlar
despesas, ficar atento às oportunidades, corrigir falhas, colaborar em áreas
que não são de sua responsabilidade direta são características comportamentais
de pessoas diferenciadas.
Para concluir, o principal atributo para alcançar o
respeito da equipe é: ser justo. Exija atitudes compatíveis com o que a
empresa oferece: se você paga bem, compartilha lucros sempre que possível,
proporciona boas condições de trabalho e, principalmente, dá bons exemplos,
você pode e deve ser exigente e seletivo, afinal, boas empresas atraem e retêm
funcionários com boas atitudes.
Eduardo
Ferraz -
consultor em Gestão de Pessoas há mais
de 25 anos e autor do recém-lançado “Gente de Resultados
– Manual prático para formar e liderar equipes enxutas de alta performance”,
pelo selo Planeta Estratégia, da Editora Planeta.
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