Junho
é época de festa junina de norte a sul do Brasil, com comidas típicas, vestido
caipira, dança, fogueira. Mas a alta carga tributária embutida nos preços dos
produtos mais cotados para o arraial não está para brincadeira e pode chegar a
até 60%, segundo constatou a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
A
taxa mais alta é de 61,56%, dos fogos de artifício e o quentão. Para se ter uma
ideia, ao comprar fogos no valor de R$ 80,00, o consumidor vai desembolsar R$
49,24 em impostos. Tomar um copo de quentão de R$ 5,00 significa pagar R$ 3,07
de tributos.
“Por
ser uma festa tradicional, de longa duração e que é realizada em ambientes
diversificados ― escolas, igrejas, empresas, ruas e instituições ― a tendência
é de alto consumo, mesmo com o peso dos impostos”, avalia Alencar Burti,
presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São
Paulo (Facesp).
Além
do quentão, outras bebidas têm altas tributações. O vinho nacional, principal
ingrediente do vinho quente, tem 54,73% de carga tributária. Refrigerante e
cerveja têm mais de 40% (ver tabela).
Doces
tradicionais podem salgar o bolso, como amendoim, cocada, pé de moleque e
paçoca (36,54%), canjica (35,38%) e pipoca (34,99%). Já os que não dispensam a
caracterização, o chapéu de palha tem carga tributária de 33,95%, enquanto
camisa xadrez e vestido típico têm 34,67%. Entre os produtos com menor taxação
estão arroz doce, maçã do amor, cuscuz e cachorro-quente (15,28%).
Para
Burti, o fato de as festas juninas coincidirem com a Copa do Mundo pode
beneficiar as vendas e, assim, aumentar a arrecadação tributária. “Erguemos a
bandeira da reforma tributária e da gestão ética, transparente e responsável
dos impostos. Queremos que todos os consumidores brasileiros estejam conosco
nessa luta”, completa o presidente da ACSP.
O
levantamento foi encomendado pela ACSP para o Instituto Brasileiro de
Planejamento e Tributação (IBPT).
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