segunda-feira, 28 de maio de 2018

Como combater a grande vilã da terceira idade: a depressão


Envelhecimento não precisa ser motivo para isolamento e diminuição de atividades

A população acima dos 60 anos está crescendo e a maioria quer continuar na ativa, decisão que previne muitos males atribuídos ao envelhecimento, como Alzheimer, depressão, entre outros. Ao menos é o que explica a psicóloga Salma Cortez.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil o percentual de pessoas com 60 anos ou mais na população passou de 12,8% para 14,4%, entre 2012 e 2016. Houve crescimento de 16% nessa faixa etária, passando de 25,5 milhões para 29,6 milhões e a expectativa é a de que, até 2055, o número de pessoas com mais de 60 anos supere o de brasileiros com até 29 anos.

Por conta da idade, o cuidado com a saúde deve aumentar. O risco de cair em uma depressão nessa fase da vida é grande, mas para a psicóloga Salma Cortez, é tudo uma questão de manter a mente ativa. "Há quem diga que a terceira idade é um grande vazio. Não consigo ver nada mais errôneo para se dizer, principalmente se considerarmos que há sempre um desafio para cada fase da vida e desenvolver a sabedoria com certeza é um deles para a maturidade", afirma a especialista.

A preocupação com a qualidade de vida está presente em todas as idades. Para a psicóloga, na terceira idade não pode ser diferente. "O que determina nossa qualidade de vida depois dos 60 não é em nada diferente daquela ao longo de toda a nossa vida: a consciência de que o importante é a forma como nos relacionamos com as múltiplas realidades que nos cercam, que tipo de sentido lhes atribuímos, com que tipo de atitude escolhemos para lidar com elas, que estado de espírito desencadeiam em nós. Isso, na verdade, é um exercício de toda uma vida".

Outros fatores, além da saúde mental, também contribuem para fugir da depressão, como a alimentação adequada, exercícios físicos regulares, atividades mentais, conversas com amigos, etc. "Há, na minha visão, um conceito que considero fundamental para ser vivenciado na terceira idade: a generatividade - busca por conquistas, a partir da consciência de que podemos deixar pegadas que as gerações vindouras poderão seguir com segurança", explica Cortez.

É muito importante que o idoso entenda seu papel em uma sociedade ativa e assuma essa função de propagador de ensinamentos e sabedoria. Segundo a especialista, essa é a grande tarefa para a terceira idade: gerar, com criatividade, assistência e cuidados para as gerações vindouras, ampliar o alcance social, defendendo o futuro. "Basta a sensação de que se é capaz de fazer algo que tenha muito sentido e engrandece a nossa vida para gerar vida neuroquímica em nós. Há estudos demonstrando que este tipo de sensação impacta inclusive na capacidade de sentir orgasmo durante a relação sexual, mesmo na terceira idade", explica Salma.

Os estímulos nessa fase não precisam ser diferentes. "Deve sempre haver certa tensão entre o patamar que estamos e onde queremos chegar, de modo que o desafio nos movimente. Qual o seu desafio agora? O que você gostaria de ter feito e nunca teve tempo? Estas são perguntas que devem ser feitas em todas as fases de nossa vida para que também tenhamos um senso de realização ao chegarmos na terceira idade", diz Cortez.

"O grupo de pessoas na terceira idade está alcançado níveis de importância econômica, vitalidade e produtividade inéditas na história da humanidade. Não é este o momento de se subestimar! Lembre-se sempre de uma coisa: seu corpo será tão rígido quanto seus pensamentos, sua apatia e seus preconceitos, independentemente de sua idade", finaliza a especialista.





Salma Cortez - formada em psicologia pela USP, mestre em Reiki e membro da SBDOF (Sociedade Brasileira de Dor Orofacial). Terapeuta especializada em tratamento da DTM, desenvolvimento da qualidade de vida e aprofundamento do autoconhecimento por meio dos Florais Joel Aleixo e da EFT (Emotional Freedom Techniques).


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