Para especialista, interação social e
exercícios cerebrais são imprescindíveis para prevenção e tratamento da
patologia
Com o passar dos anos e, diante
do envelhecimento do corpo e da mente, o ser humano se torna mais
suscetível ao aparecimento de doenças neurodegenerativas. A Doença de
Parkinson, por exemplo, tem na idade avançada o seu maior fator de risco.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 1 a 3% da população mundial
até 65 anos é afetada pela doença. No Brasil, mais de 200 mil pessoas já foram
diagnosticadas, e, de acordo com a Academia Brasileira de Neurologia, estima-se
que em 2040, 8 milhões de pessoas devem ser diagnosticadas com a patologia.
A Doença de Parkinson se trata da
degeneração de neurônios situados em um local do cérebro chamado de “substância
negra”, responsável pela produção da dopamina que atua em toda a
parte motora do indivíduo e também no equilíbrio. É essa degeneração que
desencadeia os principais sintomas da patologia, conforme explica Sandra
Garaude Greven, geriatra do Solar Ville Garaude.
“Os primeiros sinais e sintomas são
muito leves e se alteram muito de pessoa para pessoa. Frequentemente
são diagnosticadas a insônia e a depressão como primeiros
sintomas ou, até mesmo, como fator desencadeador da doença. Os
quadros iniciais podem ser tremores e lentificação apenas de um lado do
corpo, além da lentificação dos movimentos, enrijecimento,
dificuldade na locomoção, e em alguns casos, perda de olfato, rosto sem
expressão, tonturas, desequilíbrio e constipação intestinal."
Após
o diagnóstico do problema, é importante ressaltar que o paciente pode e precisa
realizar o tratamento e com isso, ter uma vida normal, conforme explica Cleber
Duarte, neurocirurgião funcional e membro da Sociedade Brasileira de
Neurocirurgia. “Apesar de não ter cura, a doença de Parkinson tem tratamento. E, em
geral, após o tratamento é possível ter uma vida normal e ser produtivo. Quer o
tratamento seja cirúrgico ou clínico, o seu foco deve ser reabilitar o paciente
e reinseri-lo na sociedade. As pessoas não podem deixar de realizar atividades
físicas, cognitivas e laborais por causa do diagnóstico”, detalha.
Nesse contexto, a especialista
destaca que exercícios e estimulações cerebrais, bem como atividade física e
interação social são imprescindíveis tanto para o
tratamento quanto para a prevenção da Doença de Parkinson. “A
atividade física ajuda muito na prevenção e também no tratamento. Na
parte física contribui para o fortalecimento muscular, melhora a postura, a
flexibilidade dos membros e diminui a rigidez muscular”, detalha
Dra. Garaude.
Para a geriatra, os exercícios
cerebrais e a interação social possuem papel tão importante
quanto a prática de atividade física. “Estudar uma outra língua e realizar
exercícios desafiadores contribui muito para a prevenção e tratamento da
doença. A convivência social também é fundamental como uma forma de
manter o cérebro ativo e sadio. Quando nos relacionamos com alguém é
preciso buscar histórias, inovar no diálogo, se modificar e aprender. A
relação social contribui para a melhora da depressão, que
acaba piorando todos os quadros que apresentam uma deterioração
do cérebro. Por isso, esse estímulo é essencial”, ressalta.
A médica afirma que o
geriatra, geralmente, como o médico que acompanha o paciente,
pode (e deve) realizar o diagnóstico precoce da doença, tratando
todos os sistemas comprometidos com o objetivo de oferecer mais qualidade
de vida, bem-estar e auxiliando para que, mesmo com a Doença de Parkinson, o
indivíduo possa manter uma rotina ativa e saudável.
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