sexta-feira, 30 de março de 2018

Dia do Autismo (02/04): especialistas alertam para a importância do acompanhamento terapêutico e inclusão social


Autismo: a importância do acompanhamento terapêutico e inclusão social 

Professores da pós-graduação em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) explicam sobre como identificar o autismo e os tratamentos 


No mundo, há um caso de autismo para cada 45 pessoas. É o que mostra última pesquisa realizada pelo Centre of Deseases Control and Prevention (EUA). Para promover o debate sobre o assunto, no dia 02 de abril, na próxima segunda-feira, é o “Dia Mundial da Conscientização do Autismo”. O chamado Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma síndrome que se caracteriza por desordens no desenvolvimento do cérebro, afetando, a comunicação social, imaginação e comportamentos repetitivos, principalmente. Até hoje, ainda não se sabe a causa, porém, vários estudos apontam para um valor genético importante.

Segundo a psicóloga Luana Passos, especialista em neuropsicologia e professora da pós-graduação em TEA, com ênfase em intervenção comportamental, do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE), é possível identificar sinais de autismo antes mesmo do primeiro ano de vida. “Os sinais de alerta podem ser observados nos primeiros meses do bebê. Entre eles, não se jogar para o colo de quem aproxima as mãos e o chama, não atender ao chamado do seu nome quando é chamado e ausência do compartilhar atenção. Com esses comportamentos, é importante ter um acompanhamento médico mais minucioso e está alerta a um possível diagnóstico de TEA”, explica.

Já a fonoaudióloga Alessandra Sales, que atua há 10 anos com autismo e é também professora da pós-graduação em TEA do IDE, diz que outros sinais de autismo, mais notados em crianças acima de 1 ano, são atraso no desenvolvimento da linguagem, comportamentos restritos e repetitivos, além de dificuldade na interação. “Esses indivíduos precisam de estimulação o mais precocemente possível. As pessoas que convivem com eles devem ser pacientes, tentar ser o mais claro e objetivo possível sempre que der um comando e utilizar recursos visuais para facilitar a independência da criança, por exemplo. Cada ser é único. O interessante é os familiares buscarem ajuda de profissionais capacitados para ajudar nesse desenvolvimento”.

Alessandra esclarece que é possível, com estímulos, o indivíduo com autismo conseguir independência. “Mas o grau do autismo influência muito nesse aspecto. Em cada fase da vida desse indivíduo as dificuldades vão surgindo e precisam ser trabalhadas, por isso o acompanhamento é muito importante”. E, se por um lado pessoas com autismo apresentam algumas dificuldades, como compreender o que falam com ele, por outro apresentam uma memória visual preservada, mostrando que dicas ou pistas visuais organiza e gera previsibilidade de uma pessoa com TEA.

“Precisamos entender o funcionamento cognitivo e comportamental dessas crianças para entendermos as melhores estratégias a serem usadas e assim melhorar a qualidade de vida dessas crianças. O autista tem suas limitações sociais, mas essas podem ser minimizadas quando se é trabalhado corretamente. Então, é fundamental que cada criança tenha o acompanhamento terapêutico adequado para seu nível de desenvolvimento”, conta a psicóloga Luana Passos.

Outro fator importante para o seu crescimento é a inclusão social, sendo fundamental que ele esteja inserido na sociedade. “A partir daí podemos oferecer instrumentos que facilitam essa inserção. Assim como uma pessoa com dificuldade de vista precisa usar óculos, a criança autista pode precisar de alguns instrumentos, a exemplo de uma pasta de comunicação para interagir com a sociedade”, pontua Luana. Sobre a necessidade de um acompanhamento terapêutico para a vida inteira, a professora do IDE diz que vai depender de cada caso.

E o autismo compromete outros sentidos? A maioria vai ter dificuldades na seja, seja em maior ou menor grau, “desde aqueles que não emitem sons, até os que tem dificuldade de usar a comunicação dentro de um contexto social”, de acordo com a fonoaudióloga Alessandra Sales. Os indivíduos com a síndrome também podem apresentar outras dificuldades associadas, como distúrbio de sono, dificuldades alimentares e andar na ponta dos pés.

Em relação a área motora, a pessoa autista não apresenta dificuldades específicas. “O que muitas vezes acontece é que as crianças autistas tendem a apresentar interesses restritos de atividades e geralmente a motora não está entre elas. Além disso, muitos esportes apresentam regras sociais, o que dificulta no entendimento e engajamento desses meninos em diferentes tipos de jogos”, detalha a psicóloga Luana Passos.

Independe do grau da síndrome, é também importante esclarecer que a criança pode e deve frequentar uma escola normalmente. “O que as escolas precisam é compreender que esse aluno irá precisar de um planejamento pedagógico adaptado e de mudanças simples na organização e estrutura da sala de aula. A clínica de estimulação e os profissionais que atendem essa criança são de fundamentais importância nesse processo”, finaliza Luana. Dadas as necessidades especiais dos indivíduos com autismo, é fundamental que os profissionais de saúde estejam capacitados cuidar deles, respeitando suas individualidades.

Segundo as professoras da pós-graduação em Transtorno do Espectro do Autismo, com ênfase na intervenção comportamental do IDE, o maior desafio no atendimento com autismo é que cada autista é único, para cada um temos que criar estratégias facilitadores diferentes, dependendo da necessidade de cada um. Profissionais na área de saúde e educação interessados na especialização, há turmas no Recife, Fortaleza e Maceió. A curso, com duração de 18 meses, tem abordagem multidisplinar, sendo ministrada por uma equipe formada por fonoaudióloga, psicóloga e psicopedagogo. 





Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE)
www.idecursos.com.br  e 0800 081 3256


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