terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Conheça alguns cuidados essenciais para garantir uma viagem de avião segura para pacientes com doenças respiratórias



Em grandes altitudes, a concentração de oxigênio é menor, prejudicando pessoas com função pulmonar comprometida, como pode ser o caso de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)[i]


Aviões carregam milhões de passageiros todos os dias ao redor do mundo e, no Brasil, desde 2010, têm sido a primeira escolha de transporte dos brasileiros para viajar entre estadosi. Hoje, embora os voos não representem um grande risco para a maior parte das pessoas, ainda existem importantes cuidados a se tomar para garantir uma viagem segura, sobretudo para pacientes com doenças respiratórias. Isso se deve principalmente ao fato de que, quanto maior é a altitude em que nos encontramos, menor é a pressão atmosférica, o que faz com que o ar seja menos denso e carregue uma concentração menor de oxigênio. Para compensar essa escassez, os aviões pressurizam as cabines, permitindo, por meio das turbinas, a entrada de ar, que é resfriado e distribuído para os passageiros por meio de um sistema de ventilação. No entanto, se comparada ao nível do mar, a quantidade de oxigênio nas cabines continua baixa, apesar da pressurização[ii], o que, normalmente, não costuma ter grandes impactos nos passageiros em geral, mas representa um fator de risco para os que têm problemas respiratórios.

                Entre os pacientes que precisam tomar cuidados importantes estão os com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (ou DPOC), que pode se manifestar como bronquite crônica e/ou enfisema. A doença é hoje a quarta principal causa de morte no Brasil e estima-se que, até 2020, se torne a terceira[iii]. Em 2010, o número de pacientes com a doença no Brasil era de cerca de 7 milhões[iv]. Causada principalmente pelo tabagismo, a DPOC tem como principais sintomas tosse e catarro constantes, além de cansaço e falta de ar ao realizar atividades físicas de rotina. De acordo com o Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, “Pacientes com doenças respiratórias crônicas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica ou uma Fibrose Pulmonar, já tendem a apresentar uma menor concentração de oxigênio no sangue naturalmente. Os efeitos disso se acentuam durante viagens de avião, sobretudo se o paciente for idoso e realizar esforços durante o voo, que exigem um maior quantidade de oxigênio”.

                Apesar das cabines serem um ambiente desafiador para esses pacientes, existem cuidados importantes que podem ser adotados para se garantir uma viagem tranquila. Consultar um especialista com antecedência para avaliar se há necessidade de suplementação de oxigênio, verificar com a companhia aérea se o seu aparelho que fornece oxigênio pode ser embarcado e notificá-los com antecedência por meio de relatório médico são algumas das medidas básicas, sobretudo para pacientes idosos com DPOC, já que a taxa de mortalidade nos primeiros anos após uma exacerbação da doença chega a superar 50% neste grupo[v]. “Para além dos cuidados específicos com os voos, no entanto, é preciso reforçar a importância de se fazer um diagnóstico rápido para que pacientes possam receber tratamentos de longo prazo, que envolvem, além de parar de fumar, o uso de broncodilatadores de longa duração que podem reduzir em até 16% o risco de mortalidade em função da doença”, afirma o Dr. Mauro Gomes.

                Embora seja uma doença de alta prevalência, provocando cerca de 40 mil mortes anualmente no Brasiliv e custando aos cofres públicos aproximadamente 100 milhões de reais por ano[vi], a DPOC é uma doença muito pouco reconhecida. Por acometer sobretudo pessoas mais velhas, seus primeiros sinais são frequentemente confundidos com sinais de envelhecimento, o que faz com que seu diagnóstico preciso seja feito quando o paciente já está bastante comprometido[vii]. De acordo com a pesquisa “Panorama da Saúde do Brasileiro”, encomendada pela farmacêutica Boehringer Ingelheim do Brasil ao IBOPE Inteligência, um em cada dois brasileiros nunca sequer ouviu falar na doença[viii]

                As doenças respiratórias são as principais causas de internação no Brasil[ix]. Segundo o Dr. Mauro Gomes, isso ocorre pois as pessoas demoram para receber o diagnóstico correto e geralmente não realizam o tratamento como deveriam. “É muito importante disseminar mais informações sobre doenças respiratórias, como a DPOC e a Fibrose Pulmonar, para que pacientes tenham cada vez mais acesso a tratamentos de qualidade e não sejam surpreendidos por mal-estar e emergências em situações de maior risco, como em voos, podendo fazer suas viagens em segurança”, ressalta o especialista.


 
 


Sobre a pesquisa PANORAMA DA SAÚDE DO BRASILEIRO

Para entender melhor o panorama da saúde respiratória do brasileiro, a Boehringer Ingelheim do Brasil encomendou ao IBOPE Inteligência a coleta de dados de uma pesquisa nacional com homens e mulheres entre 18 e 65 anos das classes A, B e C, de todos os estados do Brasil. O principal objetivo era realizar um levantamento sobre o quanto a população conhece as doenças respiratórias, suas percepções sobre sintomas, tratamentos e impacto nas atividades de rotina, além de saber mais sobre o comportamento de quem respondeu apresentar alguma(s) dessas doenças. A pesquisa, feita via entrevistas por telefone assistida por computador com 2.010 pessoas entre 22 de maio e 04 junho de 2015, demonstrou que 44% dos brasileiros apresentam sintomas respiratórios (tosse, falta de ar, chiado no peito, coriza) que, geralmente, são percebidos como manifestações de doenças como asma, bronquite, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).




Boehringer Ingelheim





[i] Castillo, Vanessa Dina Palomino, and Clarissa Mari de Medeiros. "Emergências médicas em voos comerciais: uma revisão de literatura." Saúde, Ética & Justiça 21.1 (2016): 18-27.

[ii] International Air Transport Association (IATA). Medical manual - april 2016. 8th ed. [Internet]. Montreal; 2016 [Cited 2016 May 5]. Available from: http://www.iata.org/publications/Documents/medical-manual.pdf

[iii] Institute for Health Metrics and Evaluation. http://www.healthmetricsandevaluation.org/gbd; http://www.healthdata.org/brazil

[iv] BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças respiratórias crônicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Cadernos de Atenção Básica, n. 25) (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

[v] Cezare, Talita Jacon, et al. "Doença pulmonar obstrutiva crônica." Rev Bras Med 72.5 (2015): 181-188.

[vi] World Health Organization. Chronic of respiratory disease. Burden of COPD. [Internet]. [Acesso em 16/Junho/2017] Disponível em: http://www.who.int/respiratory/copd/burden/en/index.html

[vii] Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. Global Strategy for the Diagnosis, Management and Prevention of COPD [Internet] 2015. [Acesso em 19/Junho/2016] Disponível em: http://www.goldcopd.org/guidelines-global-strategy-for-diagnosis-management.html

[viii] Pesquisa “Panorama da Saúde do Brasileiro”, encomendada pela Boehringer Ingelheim do Brasil para o Ibope Inteligência, 2015, “Q21. Como você julga seu conhecimento sobre DPOC/Enfisema Pulmonar?: [ ] Não sei nada a respeito, [ ] Conheço um pouco os sintomas, causas, remédios, [ ] Conheço razoavelmente os sintomas, causas, remédios, [ ] Conheço bem os sintomas, causas, remédios e [ ] Conheço muito bem os sintomas, causas, remédios”

[ix] Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, 2016. Agência Nacional de Saúde Suplementar, Rio de Janeiro, 2017. [Acesso em 19/Junho/2017]. Disponível em http://www.ans.gov.br/images/Mapa_Assistencial_2016.pdf.




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