O
recente aumento da oferta de produtos sem lactose nas prateleiras deve ter
chamado a sua atenção. São fórmulas para crianças que são diagnosticadas com
intolerância à lactose e, provável esse aumento se deva a um melhor
reconhecimento desta doença pelos pediatras.
O
que é a intolerância à lactose?
A
lactose é o açúcar do leite, seja ele materno, de vaca ou de outros animais. E
para que possamos absorvê-la, ela precisa sofrer a ação de uma enzima presente
no intestino, chamada lactase. Se esta enzima não estiver presente em
quantidade suficiente, à lactose chegará às porções finais do intestino,
inalterada e será fermentada por bactérias da flora intestinal, produzindo
ácido láctico e muitos gases.
Quais
os sintomas da intolerância à lactose?
Os
sintomas mais comuns costumam aparecer de 30 minutos a 1 hora após a ingestão
de leite ou derivados. Ocorre um desconforto no abdômen, com cólicas, distensão
abdominal, náuseas, flatulências e também pode ocorrer diarreia. Estes sintomas
podem ser causados por um mal-estar ocasional, mas se estiverem ocorrendo com
frequência após a ingestão dos laticínios procure o seu pediatra.
Intolerância
a Lactose é a mesma coisa que alergia ao leite?
Não!
Não podemos confundi-las! As alergias envolvem uma reação do sistema
imunológico. No caso da alergia ao leite de vaca, a reação é contra a proteína
do leite e além dos sintomas intestinais, que podem ser muito semelhantes ao da
intolerância à lactose, podem ocorrer sintomas de alergia respiratória e
cutânea, entre outros. Além disso, a alergia ao leite de vaca ocorre em bebês
e, de maneira geral, a intolerância à lactose ocorre em crianças maiores e,
principalmente, em adultos.
Na
intolerância não existe reação do sistema imunológico e sim a deficiência de
uma enzima, causando um quadro exclusivamente intestinal que só ocorre com a
ingestão de produtos contendo lactose.
Quem
pode ter a intolerância à lactose?
Existem
três tipos de intolerância à lactose:
1)
Deficiência congênita da enzima:
é um defeito genético raro, no qual o bebê nasce sem a capacidade de produzir
lactase. Nesse caso, a intolerância à lactose é permanente e já se observam
sintomas com a ingestão de leite materno nas primeiras mamadas.
2)
Diminuição enzimática secundária a doenças intestinais, a chamada intolerância
transitória à lactose:
bastante comum no primeiro ano de vida e, principalmente, secundária a
diarreias prolongadas. Não existe um tempo exato para que isso ocorra, pois
depende da resposta de cada criança.
3)
Deficiência primária ou ontogenética: a mais comum na população. Com o decorrer da vida,
existe uma tendência natural à diminuição da produção da lactase, podendo
acometer qualquer indivíduo, sem uma idade específica. Pode ocorrer também na
infância, em geral após os três anos.
O
diagnóstico da intolerância à lactose é feito através de exames específicos e o
seu tratamento está baseado em restrições alimentares, que devem ser orientadas
pelo seu pediatra.
A
lactose faz parte da composição dos leites e derivados, mas não é só de lactose
que é formado o leite. A principal fonte de cálcio da dieta é o leite, além de
importante fonte de fósforo, vitaminas e proteínas de origem animal. Além
disso, nem todas as crianças necessitam da exclusão completa da lactose. Muitos
toleram quantidades pequenas. Os laticínios fermentados como os iogurtes têm em
torno de 50% menos lactose e muitas vezes podem ser consumidos com moderação,
sem desencadearem sintomas.
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