segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Excesso de tecnologia pode levar jovens à maior incidência de traumas psicológicos



Insônia, isolamento, depressão e irritação são alguns dos sintomas de que algo não vai nada bem para os dependentes da vida virtual


Um dos maiores problemas “encobertos” de saúde mental da atualidade é o excesso de tempo gasto por crianças e adolescentes frente aos celulares e tablets, em contato, muitas vezes, com supostos amigos e diversões de redes sociais. Ocorre que o hábito pode vir a tornar-se uma adicção, ocupando muito tempo livre e comprometendo a vida escolar, familiar e social desse público mais jovem.
Mas e os pais e responsáveis pelos menores? Familiares e genitores, pressionados pelos afazeres, pela profissão e pela pressa do dia-a-dia tendem a ignorar o comportamento dos filhos. E não é raro que rotinas assim desencadeiem sintomas como isolamento, insônia, agressividade, apatia, depressão, entre outros.
O mergulho na cultura tecnológica e o excesso de informações, de forma contínua, podem ter um preço. A alta exposição às tecnologias virtuais tem potencial de levar a alterações neuroquímicas e à perda de massa cerebral, assim como à dificuldade de concentração em ações simples como ler um livro ou conversar com alguém.

Conhecido como ‘cérebro de pipoca’, o distúrbio é nada menos que o analfabetismo emocional – a dificuldade de uma pessoa em ‘ler’ expressões faciais, emoções, e mesmo diferenciar manifestações na voz, olhar ou postura de alguém. Essa situação aumenta a vulnerabilidade de crianças e adolescentes ao trauma psicológico.
Profissionais de saúde, educadores e pesquisadores têm se dedicado a estudar o fenômeno. Um deles é o psicólogo clínico e neurocientista Julio Peres, que defende o uso da psicoterapia para orientar jovens e núcleos familiares, promover o reequilíbrio da qualidade de vida e atividades que favorecem expressões neurofisiológicas saudáveis. 

“Jovens vítimas do analfabetismo emocional são significativamente mais vulneráveis ao trauma. A interação com a máquina não substitui as relações interpessoais e afetivas que os seres humanos necessitam para o desenvolvimento sadio da personalidade”, explica Julio Peres.   




                    

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