quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Brasil ganha primeiro cachorro sintético para aulas de veterinária



A vivissecção vem do latim vivus (vivo) e sectio (corte). O organismo dos mais diversos tipos de animais não é igual entre si. Ou seja, experimentos feitos, por exemplo, com camundongos e ratos não terão necessariamente os mesmos resultados. Isto foi comprovado em um teste realizado em 1999, onde camundongos e ratos foram utilizados em um teste que tinha a finalidade de determinar o efeito cancerígeno do flúor. Nesse teste, os camundongos não foram afetados, já os ratos foram afetados por câncer na boca e nos ossos. Então é visível que muitos experimentos além de machucar e matar os animais, eles prejudicam os seres humanos.

Segundo Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News ( www.revistaecotour.tur.br), - “a crítica com relação ao uso de animais seja para aulas práticas com animais sedados, e logo depois de sacrificados, ou para experiências em animais vivos, crescem mundialmente”. 

As Ongs de Proteção Animal argumentam que o uso de qualquer animal em testes é uma enorme crueldade. Em Israel, a principal linha aérea se nega a transportar primatas para serem usados em experiências e em todas as escolas governamentais a dissecção foi proibida. Segundo o ministro da Saúde, - "é mais importante ensinar aos alunos israelenses a compaixão pelos animais, pois este sentimento certamente criará maior compaixão por seres humanos", declarou. 

Já nos Estados Unidos a grande maioria das escolas de medicinas não usam animais, como a Columbia University College of Physicians and Surgeons, Harvard Medical School, as universidades de medicina de Miami, Michigan, Texas, Washington, Iowa e mais dezenas de outras. Na Europa a mobilização contra este tipo de aula tem a mesma força.

O curso de medicina veterinária da Faculdade das Américas (FAM) é o primeiro no Brasil a utilizar modelo canino sintético para aulas de anatomia, fornecido com exclusividade pela empresa brasileira Csanmek, especializada em sistemas e soluções para o mercado educacional. A aquisição segue a tendência mundial de eliminar o sacrifício e o uso de animais em salas de aula.

Chamado de Syndaver Canine, o cachorro sintético será utilizado para simulações cirúrgicas e treinamentos de habilidades. O modelo é desenvolvido com textura e densidade similares às estruturas anatômicas reais e contém todos os sistemas e órgãos do corpo canino, permitindo a realização de cirurgias, dissecações, entubações e demais procedimentos veterinários.

O cachorro sintético integra o sistema multidisciplinar da FAM para o ensino da veterinária e será utilizado junto com a Plataforma 3D de simulações de anatomia, desenvolvida pela Csanmek. O equipamento funciona como uma mesa que exibe modelos tridimensionais altamente detalhados e anatomicamente corretos de todos os sistemas do corpo canino, que permite aos alunos realizar dissecações virtuais e ter acesso a locais que dificilmente teriam em um cadáver real.

O simulador 3D utilizado na FAM possui ainda uma ferramenta de integração entre hospitais e salas de aula e oferece aos alunos a possibilidade de estudar casos clínicos e exames reais de animais, pois permite que os professores convertam tomografias e ressonâncias magnéticas em 3D, com acesso total e irrestrito a anatomia real.

“É importante que pessoas que trabalham na área de pesquisa, estudantes de biologia, veterinária, zootecnia e outros, contribuam da sua melhor maneira para desestimular este tipo de tortura. Todos juntos devemos ter um só objetivo: salvar esses seres inocentes e indefesos de tanta crueldade”, enfatiza Vininha F. Carvalho.

A sociedade terá muito a ganhar com o fim da dissecção, impedindo assim, que a doutrina médica insista em tentar promover a saúde, sendo instrumento de sofrimento e morte desnecessária.






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