Privação do sono
prejudica a memória, causa irritabilidade, ansiedade e compromete a facilidade
de assimilação
A
privação do sono impacta significativamente o rendimento profissional, inclusive
de executivos. Uma noite mal dormida compromete a produtividade e diminui a
disposição, nos deixando mais lentos com dificuldade de raciocínio.
Enquanto
dormimos o cérebro recupera as informações que perdeu durante o dia e as
reorganiza e armazena em seu devido lugar. No período que a mente está em
repouso, o cérebro edita a si mesmo. Guarda o que pode ser útil e também joga
fora o que considera desnecessário, deixando o órgão pronto para encarar a
próxima jornada. Quando isso não ocorre algumas informações ficam
desorganizadas e outras são perdidas, sem contar que a facilidade de
assimilação diminuiu. É como um computador lento, cheio de arquivos inúteis.
De acordo
com a pesquisa realizada, no ano passado, pela consultoria Mckinley, 66% dos
196 líderes de negócios entrevistados estão insatisfeitos com a quantidade de
horas que dormem, enquanto 55% sofrem com a qualidade do sono. Porém, metade
dos executivos não acha que seu desempenho está sendo afetado.
Segundo
Dra. Luciane Mello, especialista do sono responsável pelo Ambulatório do Ronco
e Apneia e pelo Serviço de Polissonografia, ambos do Hospital Federal da Lagoa
(RJ), o recomendado pela Academia Americana de Medicina do Sono é que as
pessoas tenham pelo menos sete horas de sono.“O sono está ligado à capacidade
de restaurar as diferentes partes do sistema nervoso central, com a conservação
do metabolismo energético, a cognição, a maturação neural e a saúde mental”,
explica. “Ele restaura a atenção e a facilidade do indivíduo de aprender novas
tarefas quando acordado. Além disso, tem um papel fundamental na consolidação
da memória”, completa a especialista.
Atualmente,
os brasileiros dormem em média 1h30 a menos do que há 20 anos, segundo uma
pesquisa feita pelo Instituto do Sono de São Paulo com 1.024 pessoas. São
apenas 6h30 por noite, bem menos do que os entrevistados desejariam dormir (em
média, 8h10). E 63% têm algum problema de sono.
“Muitos
executivos não percebem, mas acabam dedicando 18 horas do dia em atividades.
Trabalham 12 horas, passam boa parte do tempo no trânsito e o que resta dedicam
para a família e exercícios. Isso significa que sobram apenas seis horas de
sono”, explica Dra. Luciane.
É
importante ressaltar que os efeitos de um sono curto e de má qualidade são
muitos e incluem, por exemplo, o aumento dos níveis de cortisol, o hormônio do
estresse, causando irritabilidade, ansiedade e maior risco de ganho de peso.
Confira
algumas recomendações da Dra. Luciane Mello, para o sono melhor:
·Deixe
de utilizar aparelhos eletrônicos entre 30 e 60 minutos antes de dormir;
·Evite
atividades estimulantes antes de dormir, como ver televisão ou acessar o
computador;
·Crie
um ambiente ideal, silencioso e escuro para dormir;
· O
estresse e a ansiedade podem atrapalhar o sono, então, procure técnicas que o a
calmem, como a meditação;
·Tomar
banho minutos antes de dormir ajuda a relaxar;
·
Evite a pratica de exercícios físicos à noite, pois, além da aumentar a
temperatura corporal, estimula muito o indivíduo e prejudica o início do sono;
·
Horários regulares de ir para a cama e acordar também são importantes.
Dra. Luciane Mello - Otorrinolaringologista
graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Especialista do
Sono pela Sociedade Brasileira do Sono. Membro da Associação Brasileira de
Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e da Academia
Americana de Medicina do Sono, é médica Responsável pelo Ambulatório do Ronco e
Apneia e pelo Serviço de Polissonografia, ambos no Hospital Federal da Lagoa
(RJ).
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