Estomatite aftosa recorrente é o nome de uma
doença comum, que acomete a cavidade oral, e atinge principalmente jovens entre
10 e 19 anos – embora possa surgir em qualquer fase da vida de um indivíduo,
inclusive em bebês. Trata-se de uma condição muito dolorosa, já que há presença
de múltiplas aftas na mucosa interna da boca – o que impede o paciente de se
alimentar adequadamente e, em alguns casos, costuma favorecer episódios de
febre. O período mais crítico costuma durar entre sete e dez dias.
Apesar de ser muito comum, as causas da
estomatite ainda são incertas. Por isso, o tratamento visa ao alívio do
paciente no que se refere à dor, bem como tentar aumentar os períodos livres da
doença e acelerar o processo de cura das aftas. De acordo com Luiz Alexandre
Thomaz, professor de pós-graduação em Estomatologia e Patologia Bucal da FAOA
– Faculdade de Odontologia da APCD (Associação Paulista de
Cirurgiões-Dentistas), a estomatite pode resultar de fatores genéticos, bem
como da deficiência de ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Também pode ser
causada por estresse, traumas, doença celíaca e uso de determinados
medicamentos.
“As aftas, ou úlceras, se formam geralmente
na mucosa da face interior dos lábios e da bochecha, bem como na língua, na
parte posterior do céu da boca e inclusive no começo da garganta. São pequenas,
rasas, arredondadas, e têm coloração amarelo-acinzentada com bordas vermelhas.
Num quadro de estomatite aftosa, é comum que se formem grupos de três ou quatro
úlceras por local. Apesar de desaparecerem entre dez dias e duas semanas, o
paciente precisa contar com um cirurgião-dentista para que, depois do
diagnóstico, possa ter algum alívio ao incômodo intenso. Além de analgésicos e
antitérmicos, o especialista poderá prescrever corticosteroides tópicos,
medicamentos para fortalecer o sistema imunológico, além de enxaguantes bucais
que ofereçam algum alívio à dor. Há pacientes que podem se beneficiar inclusive
da suplementação com vitaminas B1, B2, B6 e B12, além de ácido fólico ou
ferro”, diz Thomaz.
O especialista afirma que, como a produção
de saliva protege a mucosa oral, a síndrome de boca seca (xerostomia) é outro
fator que predispõe à estomatite. Sendo assim, pessoas com mais de 60 anos –
que geralmente produzem metade da saliva de um jovem – têm de estar atentas para
o surgimento de aftas recorrentes. Em determinados casos, seu médico poderá
promover a substituição de um medicamento por outro, que não predisponha o
paciente às inflamações e ulcerações bucais. Pessoas que fizeram quimioterapia,
bem como portadores do vírus HIV (Aids), também têm risco aumentado para
estomatite. “É sempre muito importante que pacientes que sofrem de estomatite
aftosa recorrente sejam acompanhados por uma equipe multidisciplinar, já que
essa condição é influenciada por vários fatores, às vezes associados a outras
doenças. De todo modo, em mais de 40% dos casos, fatores genéticos estão
envolvidos”.
Fonte:
Prof. Dr. Luiz Alexandre Thomaz - professor de
pós-graduação em Estomatologia e Patologia Bucal da FAOA – Faculdade de Odontologia da APCD (Associação Paulista de
Cirurgiões-Dentistas) – www.faoa.edu.br
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