Diagnóstico faz toda a diferença para
garantir a qualidade de vida e controlar a doença
O Brasil ocupa a
quarta posição na lista dos países com maior número de diabéticos, o dado é da International Diabetes Federation (IDF). Já segundo o Ministério da Saúde, o problema
atinge 8,9% da população brasileira e em 10 anos o número de casos aumentou
cerca de 62%. O País conta com mais de 16 milhões de pessoas com diabetes,
sendo que 8 milhões de indivíduos ainda não sabem que são portadores do
problema. Por isso, para conscientizar, alertar e informar a população sobre a
doença, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), foi
criado o Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de junho.
A médica Hevelyn Garcia,
endocrinologista do Centro VITA de Tratamento da Obesidade e Diabetes, conta
que a doença acomete mais mulheres do que homens. Dados do Ministério
da Saúde apontam que enquanto 7,8% dos homens foram diagnosticados com o
problema, para as mulheres o índice foi de 9,9%. “A falta de controle da
doença pode levar a complicações como infarto do miocárdio, acidente vascular
cerebral (AVC), de visão, no sistema nervoso, renal, pé diabético, entre
outras. Além disso, pode causar impotência sexual masculina”, alerta.
A endocrinologista explica que existem diferentes tipos da
doença, os frequentes são o diabetes tipo 1, que se caracteriza pela falência
das células beta no pâncreas e é mais comum em pessoas com idade inferior a 35
anos; e o tipo 2, que é o mais comum, é responsável por 9 em cada 10 casos e ocorre
por resistência à ação da insulina, tendo a obesidade como um dos principais
responsáveis.
O diabetes tipo 1 pode apresentar sintomas como
excesso de sede, cansaço, fome exagerada, perda de peso repentina e acelerada,
vontade de urinar com frequência, visão embaçada, problemas na cicatrização e,
em alguns casos, dores estomacais e vômitos. Já o tipo 2, na maioria dos casos
não apresenta sinais, exceto quando a glicemia está muito elevada, neste caso
pode-se apresentar os mesmos sintomas do tipo 1.
Segundo
Hevelyn, o que diferencia o diabetes tipo 1 do tipo 2, é que no tipo 1 o
pâncreas deixa de produzir o hormônio num curto período de tempo, fazendo com
que o aumento do açúcar no sangue se desenvolva de forma abrupta e agressiva.
Quando a doença não é diagnosticada e tratada de forma adequada, o organismo
produz as cetonas - substâncias derivadas do uso da gordura como fonte de
energia, já que o açúcar não pode ser utilizado devido à falta de insulina.
“Quando não existe qualquer produção do hormônio, a única forma de tratar o diabetes
tipo 1 é injetar insulina”, explica a médica.
Prevenção e tratamento
O tratamento pode ser realizado por meio de
remédios de uso oral e injetável (insulina). Há vários tipos de insulina no
mercado, algumas de ação rápida, outras de ação lenta, e a combinação delas é
necessária em alguns casos. Associado ao uso das medicações é preciso fazer uma
dieta com carboidratos complexos (farinha integral e sem açúcar), perder peso
quando for o caso e realizar atividades físicas, tanto aeróbicas quanto anaeróbicas.
Embora não exista cura para o diabetes, a doença pode ser
monitorada e tratada de forma individualizada, levando em conta fatores como o
tipo de diabetes, a idade do paciente e a presença de doenças associadas.
“Quando o controle das glicemias é associado ao tratamento da pressão arterial,
dos níveis de colesterol e à parada do tabagismo, a pessoa obtém melhora da
qualidade de vida, redução do risco de complicações e maior expectativa de
vida”, destaca Hevelyn.
A médica explica também que,
uma vez estabelecido o diagnóstico de diabetes por meio de exames
laboratoriais, é importante iniciar um tratamento efetivo garantindo um
controle adequado das glicemias desde o início da doença, evitando complicações
crônicas. “Recomenda-se o acompanhamento médico com o endocrinologista a cada três
meses para avaliação dos sintomas e dos exames laboratoriais. Além disso,
controlar as glicemias é essencial para evitar os sintomas da doença. Já o uso
da insulina se faz necessário em torno de 60% dos diabéticos em algum momento
da evolução da doença”, conclui.
Hospital VITA
Nenhum comentário:
Postar um comentário