Consultora da Page Talent aponta caminhos
para elevar o nível de aprendizado e reforçar o conhecimento prático dos jovens
que estudam e trabalham
Conciliar os estudos em meio às dúvidas
e dificuldades da fase inicial da carreira não é tarefa fácil. E nem sempre
fica evidente que esta etapa pode ser decisiva para o desenvolvimento do jovem
profissional: “A universidade também deve ser compreendida enquanto laboratório
de ideias e experiências saudáveis para a carreira, obviamente, sem que isso
comprometa o ambiente de estudos e as oportunidades de convivência únicas deste
período. É fundamental cultivar atividades, interesses e contatos que aproximem
a rotina universitária da porta de entrada do mercado”, ressalta Manoela Costa,
gerente executiva da Page Talent, unidade de negócios da Page Personnel
dedicada ao recrutamento de estagiários e trainees.
Confira
cinco dicas para o jovem profissional projetar sua carreira a partir da vida
universitária, momento em que as oportunidades de convivência e aprendizado são
abundantes.
1- Comece cedo: busque oportunidades desde o início
(evite a pressão do 3º ano)
Muitos jovens
acreditam que os primeiros anos de faculdade são apenas para estudar e
aproveitar a vida com maior independência: “É ótimo aproveitar o clima de
recém-chegado à faculdade, mas os barzinhos não precisam ser as únicas
atividades fora das aulas. Quanto mais cedo o jovem pensa sobre a sua escolha profissional,
menor será a preocupação no emblemático terceiro ano universitário, que é
justamente o período quando todos começam a vasculhar oportunidades dentro do
campo que estão estudando. Mas, é muito importante que os estudantes tenham em
mente que eles não precisam começar as experiências de trabalho apenas nos
estágios. Cito alguns exemplos: é possível se candidatar para ser monitor de
classe, principalmente em matérias/aulas que o jovem se identifica. Outro
ponto, se colocar à disposição dos professores em projetos de pesquisa e
atividades de estudos, e até mesmo trabalhar de forma voluntária na biblioteca,
nos laboratórios, empresas juniores, athleticas e outras entidades das
faculdades. Todas essas iniciativas atribuirão repertório e senso de responsabilidade,
fatores que todas as empresas buscam, e que nesta etapa da vida, os jovens têm
a chance de desenvolver no próprio ambiente de estudos”, confirma Manoela
Costa.
2 - Leve a sério os trabalhos em grupo (nas empresas será crucial lidar com
equipes)
Alguns jovens
pensam que trabalho em grupo é o mesmo que dividir as responsabilidades em
partes, onde cada um faz o seu, e no final é só reunir tudo no mesmo arquivo e
pronto. “Bom, quem já passou por isso, sabe que não funciona. Pode parecer
ingênuo e trabalhoso, mas os trabalhos em grupo são muito importantes para a
compreensão do que é trabalhar em equipe no mundo corporativo. No começo, o
jovem não conhece bem as outras pessoas, portanto, haverá embates de liderança
dentro de projetos, e até bate-boca por conta de ideias diferentes e atitudes
que não agradam ao grupo como um todo. Tudo isso é normal. Essas experiências
são muito importantes, pois representam na prática o que é liderar, delegar
funções, montar apresentações, e criar relatórios, tudo muito parecido com a
vida real dentro das empresas.
Diante de um
jovem que se dedicou nos trabalhos em grupo, recrutador saberá a diferença
entre uma pessoa que está acostumada a trabalhar em sintonia com as outras e
pessoas que não sabem lidar com ideias distintas”, ensina a gerente executiva
da Page Talent.
3 - Dê um passo de cada vez (saltar do estágio para a Presidência não é o
padrão)
Alguns jovens
têm muita pressa de serem bem-sucedidos, por uma série de fatores. A visão
moderna do sucesso exige importantes reflexões para as pessoas e para a
sociedade. “É comum ouvir das empresas que alguns acreditam que vão se formar
hoje e virar diretores amanhã. É importante ir com calma, passar até mesmo por
mais de um estágio, antes de mergulhar na construção de carreira, porém, antes
disso é muito saudável participar da vida universitária de forma intensa (em
diretórios acadêmicos, monitorias, pesquisa, simulações).
Em resumo, o
jovem priorizar o autoconhecimento. Existem muitos exemplos de estudantes que
se tornam milionários da noite para o dia, em especial em ramos de tecnologia
ligados às startups, mas essa não é a regra para a imensa maioria. A inspiração
é válida, mas não é razoável considerar que todos terão o mesmo destino, por
exemplo, do fundador do Facebook”, comenta a consultora.
4 - Não se compare com os outros (aproveite para treinar as suas virtudes)
Durante os
estudos é natural o sentimento de comparação, às vezes incessante, entre os
jovens e os seus colegas. “Cada um tem o seu tempo e sua história para
construir. Tem gente que vai fazer um estágio antes de todo mundo, outros vão
entrar em atividades esportivas, e ainda tem aqueles que são muito envolvidos
com as preocupações da classe (representantes de sala, monitores etc.). No
final das contas o importante é saber que quanto mais o jovem aproveitar a vida
na universidade, mais ele estará preparado para a sua carreira. O mundo do
trabalho não começa só depois do diploma. Toda a troca de saberes e divisão de
preocupações serão uma espécie de academia para as habilidades, como se o
estudante estivesse treinando os seus conhecimentos e descobrindo as suas
limitações, que certamente, ficarão mais evidentes a partir da rotina no
mercado de trabalho”, sinaliza Manoela Costa.
5 - Aprenda com os outros (esteja atento ao potencial das pessoas)
Pode parecer
clichê, mas muitos jovens não sabem o quão valioso é aprender com as outros. “É
interessante notar que um líder só atingirá os resultados pretendidos se for
capaz de aprender com a sua equipe – inclusive para corrigir os erros com mais
qualidade. Na vida profissional é preciso ir além dos cursos para desenvolver
habilidades, hoje o profissional que é capaz de extrair melhorias para as
empresas, e para os negócios, partindo do conhecimento contido nas pessoas à
sua volta, é extremamente valorizado. Olhar para o potencial das pessoas é algo
comum na vida acadêmica, pois os talentos da sala de aula vão se revelando em
diferentes etapas da formação. No mundo corporativo isso também ocorre, e quem
souber aprender com outros, estará sempre à frente”, finaliza Manoela Costa.
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