Especialista esclarece os principais pontos para quem deseja um
parto seguro, seja normal ou cesárea
Desde o
instante em que descobrem a gravidez, as gestantes passam por muitos momentos
de dúvidas e inseguranças. Os mitos e as histórias contados por gerações
alimentam os fantasmas que assombram as mulheres durante todo período
gestacional. E um desses principais medos é a hora do parto. Porém, cada vez
mais, surgem meios para tornar esse momento mais confortável, entre eles, está
a humanização do parto, que ajuda mãe e bebê durante este processo. A Dra.
Glaucimara Gonzaga Nunes, coordenadora do serviço de obstetrícia do Hospital
Real D’Or e do Hospital Oeste D’Or, esclarece alguns pontos sobre o parto
humanizado.
O
parto humanizado está restrito apenas às mães que optam pelo natural?
Não.
Independentemente dos tipos de parto, seja cesárea ou normal, todos têm direito
de serem humanizados. Isso se deve pelo fato de que ele não é uma forma de
parir, mas um processo que visa respeitar as vontades e limites da mãe, o tempo
de cada um dos envolvidos no nascimento, que dá protagonismo à mulher, que
oferece suporte para superar dores e um possível desgaste físico e emocional,
evitando, preferencialmente, qualquer tipo de intervenção.
Qual
é a finalidade do parto humanizado?
Humanizar o
parto é uma proposta que integra condutas e procedimentos a fim de que mãe e
filho possam vivenciar a experiência do parto natural.
Quais
são as condutas e procedimentos adotados no processo de parto?
No Hospital
Real D’Or, por exemplo, a gestante encontra um ambiente acolhedor e uma equipe
ciente de seu papel de contribuição no processo, oferecendo técnicas que possam
minimizar as conhecidas “dores do parto”, como o estímulo a caminhada e o banho
de chuveiro ou banheira, para que esta gestante e o bebê tenham bem-estar
físico e emocional. O ambiente e a estrutura física são fatores importantes,
mas o mais relevante no parto humanizado é o respeito e o cuidado com mãe e
bebê.
No
parto humanizado natural é aceitável empurrar a barriga para o bebê sair,
tática chamada Manobra Kristeller?
Não. O parto
humanizado acredita na fisiologia natural do corpo feminino, logo, todas têm
capacidade e força para expulsão do bebê. Importante ressaltar a Organização
Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a Manobra Kristeller, pois oferece risco
para a parturiente e o bebê.
Como
é o parto humanizado para aquelas que escolhem a cesárea?
Os
profissionais envolvidos sempre buscam protagonizar as mães. Elas ficam um
pouco mais limitadas nesse tipo de parto, porém, há meios para tornar este
momento único, acolhedor e feliz para todos. Por exemplo, se não tiver nenhum
fator que impossibilite o parto natural, o dever do profissional é ouvir o
desejo da mãe. Se ela prefere um parto cesárea, então, que seja amparada nessa
escolha. Geralmente, buscamos humanizar das seguintes formas: orientando sobre
a realização da cesárea depois das 39 semanas; já no dia do nascimento, ficam
na sala os familiares escolhidos pela parturiente; quando o bebê nasce,
colocamos imediatamente nos braços da mamãe para, em seguida, estimular a primeira
pegada no seio, para o aleitamento. Além disso, esperamos cessar o fluxo do
cordão umbilical para, assim, cortá-lo, podendo ser feito inclusive por um
familiar escolhido.
Quais
os conselhos para quem deseja um parto humanizado?
O mais
indicado é que os cuidados se iniciem desde o pré-natal, quando a mãe, além de
sua saúde, se prepara emocionalmente para a experiência de dar à luz. O parto
humanizado começa muito antes do nascimento. Inicia-se na escolha dos
profissionais, passa pelos exames e orientações, pela escolha do tipo de parto,
pelo nascimento e finaliza quando mãe e bebê estão seguros e prontos para
seguirem em frente juntos.
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