Sempre
mencionado como um dos maiores facilitadores para o endividamento dos
brasileiros, o cartão de crédito tem muitos motivos para fazer jus a essa fama:
taxas, anuidades, limites e juros altos tornam esse recurso perigoso,
especialmente para aqueles que têm dificuldade em administrar os gastos a
prazo.
Um
dos motivos que sempre ajudaram a transformar as dívidas do cartão em uma bola
de neve é o crédito rotativo. O comprador que não conseguia quitar a fatura
completa tinha a chance de pagar um “valor mínimo” e postergar a dívida,
acumulando taxas que poderiam crescer por muitos anos.
No
começo de abril, porém, essa regra mudou: por determinação do Banco Central,
agora, o limite para usar o crédito rotativo do cartão é de 30 dias. Passado
esse período, os bancos são obrigados a dar ao consumidor uma alternativa de
parcelamento com juros mais baixos.
As
novas leis, no entanto, não eliminam a necessidade de tomar cuidado com o uso
do cartão, pois os juros, apesar de menores, continuam altíssimos, em uma média
de 8% ao mês. Antes de se animar com os benefícios da novidade, perceba que
atrasar pagamentos sempre trará problemas para o seu orçamento.
O
X da questão do cartão de crédito é a falsa sensação que ele proporciona de que
se tem dinheiro mesmo quando a conta bancária está zerada ou negativa. É
preciso compreender que crédito e poder de compra são coisas bem diferentes e
lembrar que o cartão pode ser um grande aliado, mas também o vilão das finanças
- isso vai depender de como você organiza suas contas.
Dora Ramos - educadora
financeira e diretora da Fharos Contabilidade & Gestão Empresarial (www.fharos.com.br).
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