segunda-feira, 8 de maio de 2017

Greve dos correios impacta negativamente e-commerce



Monopólio de atuação paralisa entrega de produtos e causa prejuízos em todo comércio online


Iniciou no dia 26 de abril mais uma paralização nos correios, completando hoje, 8 de maio, 12 dias de greve. O monopólio de atuação no Brasil causa prejuízos a centenas de empresas de e-commerce que dependem das agências para realizar suas entregas. O seguimento, que no Brasil deve crescer 15% em 2017, é um dos poucos que continua crescendo, gerando emprego e abrindo novas empresas. No entanto, vem sendo constantemente ameaçado com as inúmeras greves realizadas pela estatal e seu sindicato.

O monopólio dos correios gera outras duas consequências negativas a esse setor, uma delas, é que por não haver opções o Brasil não se torna um mercado atraente para investidores externos. A outra está diretamente ligada a formulação de preços na logística de entrega devido aos altos valores do frete, que inviabilizam o comércio e a distribuição nacional para diversas localidades. Além dos problemas que impactam a qualidade do serviço a situação se agrava quando as paralizações acontecem.

Esse é o caso da H2O Purificadores, o maior comércio online de filtros e purificadores de água do Brasil, líder na internet de vendas da Consul, gigante dos eletrodomésticos. “O comércio online é refém dos preços e agora das reivindicações. Nossa empresa depende de um serviço que não está sob nosso controle. Somos uma empresa criativa e já contornamos o obstáculo, mas todo o mercado online fica prejudicado enquanto os Correios ficam tranquilos, pois vive em um falso paraíso, sem concorrência”, afirma Edielson Silva, CEO da H2O.

O advogado Nacir Sales, que representa a H2O, pretende enfrentar a greve na Justiça. “Estou estudando medidas judiciais contra os responsáveis pela greve. Assim como existe o direito de greve, inexiste o direito de prejudicar o segmento já tão afetado pelo monopólio, que é um fator amplificador dos efeitos da greve. Ele causa repressão ao investimento externo no Brasil”. 

O advogado afirma que haverá uma verdadeira corrida de aquisições de negócios virtuais brasileiros por investidores estrangeiros, assim que o obstáculo do monopólio for removido. “Tanto tenho empresas prontas para receberem investimento estrangeiro, como investidores estrangeiros em passo de espera para investir no Brasil. O sinal de largada é a privatização dos Correios ou o fim do monopólio, para que o Brasil deixe de ser o patinho feio do e-commerce mundial”.

Apesar das reivindicações da classe, a privatização parece ser a única solução, inclusive para salvar a estatal. O TST, Tribunal Superior do Trabalho, propôs acordos para encerrar a paralisação, e apesar de alguns sindicatos terem aceitado (cinco deles), ainda há mais de 30 que recusaram. A greve é motivada pela onda de demissões, fechamento de agências, e a possibilidade de privatização do serviço. A empresa vem tendo prejuízo, R$ 2,1 bilhões em 2015, e R$ 2 bilhões em 2016. O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que não haverá socorro fiscal por parte do governo.












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