Muito se tem falado e muito se falará, ainda, da reforma da
previdência proposta pelo governo federal. Todos os estudiosos, analistas e nós
profissionais estamos interessados nela, mesmo que por óticas diferentes.
Analisando especificamente um dos componentes desta reforma, que é a
idade mínima para aposentadoria, quero refletir sobre como este dado nos
impulsiona a analisar nossa gestão de carreira.
No ciclo virtuoso da carreira é fundamental compreender as diferentes
fases pelas quais passa um profissional e entender o contexto de valor de cada
uma delas.
De acordo com Citrin e Smith (2005), na fase denominada de ‘Promessa’,
que vai dos 20 aos 30 anos de idade, descobrem-se as aptidões e o valor
intrínseco é o do potencial do capital humano.
Na fase seguinte, denominada de ‘Impulso’, que vai dos 30 aos 45 anos
de idade, ocorre a consolidação da carreira e a busca do equilíbrio entre
conhecimento, competência e poder, e o valor intrínseco é o da experiência
adquirida.
Na fase final, denominada de ‘Colheita’, que vai dos 45 aos 60 anos, o
profissional consolida a preparação dos sucessores, criando uma estratégia para
se inovar, e o valor intrínseco é a revitalização da carreira.
Esta trajetória, percorrida pela maioria dos profissionais, e que
deságua na aposentadoria, mostra o quanto é natural que a fase da ‘Colheita’
seja alcançada, diante dos avanços científicos – aumentando a longevidade,
preservando a saúde mental, física e espiritual, e proporcionando mais
qualidade de vida.
E hoje nos deparamos com a ocorrência da reforma da previdência que,
fatalmente, deverá nos levar a uma reflexão – e ação –, de como vamos construir
/ gerir / manter nossa carreira para uma atuação profissional mais longa no
tempo e, talvez, uma permanência maior na fase da ‘Colheita’.
Para uma eficiente gestão da carreira, com o intuito de torná-la
sólida o bastante para manter nossa empregabilidade por mais tempo do que até
agora, teremos de estar atentos primeiramente aos investimentos que fizemos,
fazemos e faremos nesta carreira. Aqui cabem os nossos próprios investimentos,
tanto quanto aqueles que nossos empregadores fizeram ou farão em nós. Isto tudo
refletirá em nosso capital intelectual.
Em segundo lugar, igualmente importante, será nossa capacidade de
identificar, criar e aproveitar as oportunidades da carreira. Aqui se esta
evidenciando nossa competência de visualização do futuro, nossa habilidade de
estabelecer desafios constantes, nossa manutenção do foco e nossa criação de
mapas de percurso para a carreira.
Deveremos gerenciar os resultados alcançados, evidenciando não só os
resultados quantitativos e financeiros, mas também os resultados qualitativos
que se refletem nas novas maneiras de fazer algo.
Penso que se estivermos sempre atentos à gestão da carreira desde a
fase da ‘Promessa’ até a da ‘Colheita’, mesmo atingidos por uma reforma da
previdência que nos faça permanecer mais tempo no mercado de trabalho, teremos
a possibilidade de criar uma nova estratégia para guiar nossos passos
profissionais.
No fim das contas, os 50, 60 ou 70 anos em nossas vidas serão um
poderoso marco de nossa reinvenção!
Marcia Vazquez -
Coach certificada pela ICC – International Coach Community, graduada em
Psicologia, MBA em Gestão de Pessoas, Pós-Graduada em Gestão de RH com
especialização em Análise Transacional e Gestora do Capital Humano / Educação
Corporativa da Thomas Case & Associados, consultoria com 40 anos de
atividades, especializada na recolocação de profissionais no mercado e gestão
de carreiras aliando tradição com constante inovação.
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