A palavra corrupção
aliada a propina, caixa dois, delação premiada, delator, vazamentos e tantas
outras que já fazem parte do nosso vocabulário, tem ocupado quase a totalidade
dos espaços na mídia nos últimos anos.
Estudos mostram que
essa “cultura” – a da corrupção, não é recente! Veio com as caravelas
portuguesas. O primeiro registro de corrupção no país que se tem notícia, está
em nossa “certidão de nascimento”, a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de
Portugal, Dom Manuel.
Erroneamente, dizem
que Caminha fez um pedido de emprego ao rei. Não é verdade! Ele pediu sim, que
seu genro fosse solto, pois estava preso por ter assaltado uma igreja e
agredido um padre em Portugal.
A história conta
que tudo começou na colonização do Brasil. Portugal, não querendo “perder” o
Brasil, delegou à seus confiáveis, a função de ocupar nosso território e
organizar tudo por aqui. É evidente que precisavam oferecer-lhes vantagens para
irem para uma terra desconhecida, que acabara de ser descoberta.
A Coroa então,
deixava-os que ficassem à vontade por aqui, sem nenhum controle sobre o que
faziam. Assim, estava criado o clima para que a safadeza fosse implantada.
Nunca mais parou! Só cresceu. E profissionalizou-se. E fez escola...
O que nossa geração
vê hoje é que desde a Constituição Federal de 1988, com o fortalecimento do
Ministério Público, com a previsão do sistema de controle externo pelos
Tribunais de Contas e com o fortalecimento de instituições como a Controladoria
Geral da União, começou a haver efetivamente, de forma sistemática, o
enfrentamento do problema da corrupção no Brasil, o que havia ficado debaixo do
tapete por anos a fio.
Nesses novos
tempos, as investigações são divulgadas pela imprensa, que busca na C.G.U.
informações. O M.P. passou a ser muito mais eficiente com uma safra nova de
“meninos” como são chamados pejorativamente pelos ladrões, muitos deles ainda
soltos.
A história recente
de casos de corrupção e escândalos no Brasil mostra infinitos casos!
Há trinta anos a
Folha de S.Paulo publicava antecipadamente o resultado de uma concorrência para
a construção da Ferrovia Norte-Sul. A Odebrecht era uma delas. A obra até hoje
não foi concluída!
Recentemente em
depoimento na Lava Jato, o ex-presidente dessa empreiteira disse que no Brasil
a prática de pagamento de caixa dois e propinas é feita “há 30 anos”. Ele sabia o que falava.
Gilson Alberto Novaes - Professor de Direito Eleitoral no
Curso de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie-campus Campinas
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