Uma série recém-estreada traz a história de
uma adolescente vítima de diversas violências cotidianas e que comete suicídio.
A ficção apresenta dramas reais que faz com que muitos adolescentes
identifiquem-se com algum dos
personagens. A produção tem muitas ressalvas dos especialistas em relação a
forma que assunto foi abordado. O fato de algumas pessoas muito fragilizadas e
já sem esperança interpretarem que ninguém realmente se importa e que não
adianta buscar ajuda, é preocupante. Também preocupa a notícia de jogos de
estímulo ao suicídio, onde suspeita-se que jovens sejam desafiados a seguir
ordens até chegar ao último estágio: tirar a própria vida.
Com
toda essa repercussão, como evitar mortes prematuras? As respostas podem não
ser simples, mas passam pelo esclarecimento sobre bullying, abusos, uso de
tecnologia e doenças mentais. Os transtornos mentais como depressão, ansiedade,
esquizofrenia e outros mais, se não identificados e tratados, colocam a pessoa
em situação de vulnerabilidade. O suicídio já era a segunda causa de morte
entre adolescentes, antes do jogo e série.
Mudanças
bruscas de comportamento, isolamento, tristeza persistente, abandono de
atividades prazerosas, irritabilidade, queda do rendimento escolar, descuido
com a aparência, alterações do sono e apetite, são alguns sinais de que algo
não está bem. Passar noites em claro, acordar em horários não habituais,
mensagens nas redes sociais e cortes nos braços e pernas, seriam sinais
observáveis relacionados ao jogo. Portanto, é importante a supervisão sobre
horários e conteúdos acessados na internet, de acordo com cada idade e
situação.
É
fundamental que pais, professores ou amigos conversem com quem apresente esses
sinais. Perguntem abertamente e sem julgamentos como se sentem e como podem ajudá-los.
No caso de adolescentes com medo de represálias por jogo ou outro tipo, a
polícia deve ser procurada, já que incitação ao suicídio é crime.
Uma avaliação psiquiátrica deve identificar situações ambientais, tais como
bullying e outras situações estressoras, presença de transtornos mentais e
orientar o tratamento.
Procure
ajuda.
Deisy
Porto - Psiquiatra ACP
Florianópolis
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