domingo, 30 de abril de 2017

Quiz Meningite



No mês de abril é celebrado o Dia Mundial de Combate à Meningite (24 de abril). Você sabe tudo sobre a doença? Teste aqui seus conhecimentos.

1. Quem corre risco de contrair Meningite Meningocócica?
a. Todos, a susceptibilidade à Meningite é universal.
b. Apenas pessoas que vivem ou que viajaram para áreas endêmicas.
c. Apenas quem teve contato com pacientes contaminados pela meningite
R: Todas as pessoas são suscetíveis a Doença Meningocócica Invasiva (DMI). Além disso, a sua distribuição geográfica é variada e imprevisível. 1,2,3

2. Como a Meningite Meningocócica é transmitida?
a. É, exclusivamente, uma doença sexualmente transmissível.
b. Através de inseto vetor.
c. De pessoa para pessoa, através de secreções respiratórias.
R: A DMI é de transmissão direta (transmitida de pessoa para pessoa) através da troca de secreções respiratórias e da garganta (por exemplo: através da tosse, espirro, beijo ou compartilhar utensílios de cozinha, entre outros).2

3. Que fatores aumentam o risco de contágio?
a. Viajar para áreas endêmicas e viver em dormitórios/ alojamentos.
b. Tabagismo e aglomerações.
c. Todas as anteriores
R: Além de lactentes, incluem-se no grupo de risco: Indivíduos que viajam para áreas onde a DMI é comum (por exemplo, certos países da África, e na Arábia Saudita), imunodeficientes e tabagistas. Estudos também têm demonstrado que universitários que vivem alojamentos/dormitórios compartilhados têm um risco aumentado de doença meningocócica comparados com outros da sua idade.2

4. Após a exposição ao patógeno, quanto tempo é necessário para desenvolver manifestações iniciais da doença?
a. O período de incubação é curto, de 2 a 10 dias
b. O período de incubação é médio, 10 a 15 dias.
c. O período de incubação é longo, acima de 15 dias.
R: O período de incubação do meningococo normalmente é de 3 a 4 dias, com um intervalo de 2 a 10 dias. A bactéria pode penetrar a mucosa e atingir a corrente sanguínea. A meningite caracteriza-se por possuir um início abrupto e evolução rápida, podendo levar ao óbito entre 24-48 horas. O meningococo pode alcançar a corrente sanguínea, causando uma infecção generalizada (sepse ou meningococcemia) e/ou as meninges (membranas protetoras do sistema nervoso central) causando meningite meningocócica. 2,3

5. Como é diagnosticada?
a. Exame laboratorial a partir de amostras de fezes e urina.
b. Inicialmente o diagnóstico é clínico (histórico do paciente + exame físico), e é confirmado após exame laboratorial a partir de amostras de sangue ou de líquido céfalo-raquidiano (líquido que recobre o cérebro e a medula espinhal).
c. Através de diagnóstico clínico (histórico do paciente + exame físico), sem necessidade de exame laboratorial.
R: O diagnóstico inicial da doença meningocócica é clínico, feito por exclusão de outras doenças, já que seus primeiros sintomas são muito inespecíficos, tornando o dignóstico inconclusivo. O diagnóstico laboratorial é realizado a partir da análise e cultura de amostras de sangue ou de líquor, com resultado entre 1 a 3 dias. A coloração pela técnica do Gram (exame simples e rápido) permite aumentar o grau de certeza do diagnóstico clínico.2,3

6. A Doença Meningocócica é uma doença grave, de rápida progressão e pode levar a óbito. Qual a taxa de letalidade da doença no Brasil?
a. Aproximadamente 23%
b. Maior que 35%
c. Entre 1 e 5%
R: Mesmo quando a doença é diagnosticada precocemente e o tratamento adequado é iniciado, aproximadamente 23% dos pacientes acometidos vão a óbito, geralmente, em 24 a 48 horas após o início dos sintomas.3,4

7. Quantos e quais sorogrupos de Neisseria meningitidis (bactéria causadora da doença) têm sido os causadores da Meningite no Brasil, nas últimas décadas?
a. 1 sorogrupo: No Brasil, apenas o sorogrupo C é relevante.
b. 3 sorogrupos: A, B e C.
c. 5 sorogrupos: A, B, C, W e Y.
R: A doença meningocócica invasiva é uma infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal, causada pela bactéria Neisseria meningitidis. Esta bactéria possui 12 sorogrupos diferentes. Atualmente, cinco destes sorogrupos (A, B, C, Y e W) são responsáveis por quase todos os casos de DMI no Brasil. Entretanto, a distribuição dos sorogupos é variável e pode mudar em um curto período de tempo, resultando em uma epidemiologia imprevísivel.2,3,5,6

8. Quais as vacinas meningocócicas disponíveis no Brasil?
a. Vacinas contra Meningite C, ACWY e B.
b. Vacinas contra Meningite A e W.
c. Vacinas contra Meningite A, Y e B.
R: Atualmente existem diferentes vacinas disponíveis para imunização ativa contra os 5 principais sorogrupos causadores da DMI no Brasil, são elas:7
- Vacina Adsorvida Meningocócica C (Conjugada), a única disponível gratuitamente no Programa Nacional de Imunização (PNI), na rede pública. 8,9
Presentes na rede privada, estão as vacinas10:
- Vacina Meningocócica ACWY (Conjugada). Esta vacina ACWY é conjugada à proteína carreadora CRM197. 11
- Vacina Meningocócica ACWY (Conjugada). Esta vacina ACWY é conjugada ao toxóide tetânico.12
- Vacina Adsorvida Meningocócica B (Recombinante).13

9. Quais são os primeiros sintomas da doença?
a. Hemorragia
b. Febre, dor de cabeça, perda de apetite.
c. Coceira e diarreia
R: Os sinais e sintomas iniciais da doença meningocócica — incluindo febre, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, náusea e vômito — são inespecíficos5,14. Na sequência, o paciente pode apresentar manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz. Após 15 horas, o quadro geralmente evolui para confusão mental, convulsão, sepse e choque, inconsciência e risco de morte14.  Essa rápida progressão deixa pouco tempo para o diagnóstico e o tratamento apropriados em tempo hábil, reforçando a necessidade de prevenção da doença por meio de vacinação.14-16

10. Quais são as sequelas que a doença pode provocar?
a. Paralisia de membros inferiores
b. Problemas cardíacos e esterilidade
c. Amputações, convulsões, perda auditiva e déficit cognitivo
R: A doença meningocócica pode causar deficiências sérias e permanentes17. Até 20% dos sobreviventes apresentam sequelas permanentes significativas, incluindo dano cerebral, perda auditiva e amputações de membros. 5,18,19




Referências:
1. SÁFADI, MAP. et al. The epidemiology of meningococcal disease in Latin America 1945–2010: an unpredictable and changing landscape. Epidemiol. Infect., 141: 447–58, 2013.
2. IMMUNIZATION ACTION COALITION. Meningococcal: Questions and Answers. Information about the disease and vaccines. Disponível em: <http://www.immunize.org/catg.d/p4210.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2017.
3. CASTIÑEIRAS, TMPP. et al. Doença meningocócica. In: CENTRO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA VIAJANTES. Disponível em: <http://www.cives.ufrj.br/informacao/dm/dm-iv.html>. Acesso em: 20 mar. 2017.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites “FAIXA ETÁRIA” para Linha, “EVOLUÇÃO” para coluna, “CASOS CONFIRMADOS” para Conteúdo, selecionar cada um destes anos separadamente “2011, 2012, 2013, 2014 e 2015” para Períodos Disponíveis, “MM”, “MCC” e “MM+MCC” para Etiologia, e “TODAS AS CATEGORIAS”para os demais itens. Base de dados disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/meninbr.def>. Acesso em: 31 mar. 2017.
5.WHO. Meningococcal meningitis, factsheet No. Nº141. 2012. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/ factsheets/fs141/en/>. Acesso em: 31 mar. 2017.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites "FAIXA ETÁRIA" para Linha, "SOROGRUPO" para Coluna, "CASOS CONFIRMADOS" para Conteúdo, "2016" para Períodos Disponíveis, "MM", "MCC" e "MM+MCC" para Etiologia, e "TODAS AS CATEGORIAS" para os demais itens. Acesso em: 31 mar. 2017.
7. Pesquisa realizada na revista Kairos, usando o termo “MENINGOCÓCICA” na busca comum do site. Disponível em: <http://brasil.kairosweb.com/resultado_busq.html?prodname=MENINGOC%D3CICA>. Acesso em: 31 mar. 2017.
8. MENJUGATE® [vacina adsorvida meningocócica C (conjugada)]. Bula da vacina.
9. BRASIL. Portal Saúde. Calendário nacional de vacinação 2017. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197-secretaria-svs/13600-calendario-nacional-de-vacinacao>. Acesso em: 20 mar. 2017.
10. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES (SBIM). Calendário de vacinação da criança: recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2016/2017. Disponível em: <http://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-crianca-2016-17.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2017.
11. MENVEO® [vacina meningocócica ACWY (conjugada)]. Bula da vacina.
12. Vacina meningocócica ACWY (conjugada) da Pfizer. Bula da vacina.
13. BEXSEROTM [vacina adsorvida meningocócica B (recombinante)]. Bula da vacina.
14. Thompson MJ, Ninis N, Perera R, et al. Clinical recognition of meningococcal disease in children and adolescents. Lancet. 2006;367(9508):397-403.
15. Andre FE, Booy R, Bock HL, et al. Vaccination greatly reduces disease, disability, death and inequity worldwide. Bull World Health Organ. 2008;86(2):140-146.
16. Yogev R, Tan T. Meningococcal disease: the advances and challenges of meningococcal
disease prevention. Hum Vaccin. 2011;7(8):828-837.
17. Ehrlich TR, Von Rosenstiel IA, Grootenhuis MA, Gerrits AI, Bos AP. Long-term psychological
distress in parents of child survivors of severe meningococcal disease. Pediatr Rehabil. 2005;8(3):220-224.
18. Rosenstein NE, Perkins BA, Stephens DS, Popovic T, Hughes JM. Meningococcal disease. N
Engl J Med. 2001;344(18):1378- 1388.
19. Granoff DM, Gilsdorf JR. Neisseria meningitidis (Meningococcus). In: KleigmanRM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, Behrman RE, eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 19th ed. Philadelphia, PA: Saunders Elsevier; 2011:929-935.



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