26 de abril é o Dia Nacional de Prevenção e
Combate à Hipertensão Arterial.
Pró-Rim orienta como se prevenir e viver mais
A hipertensão arterial é uma doença popular
que acomete uma em cada cinco pessoas, segundo a Sociedade Brasileira de
Hipertensão (SBH). Hoje, no Brasil, 23% da população sofrem com a doença e
estima-se que até 2025 o este número possa chegar a 80% da população. O que
muita gente não sabe é que a hipertensão leva a outras consequências graves e
muitas vezes irreversíveis, como doenças cardiovasculares, acidentes vasculares
e insuficiência renal.
Foi isso que aconteceu com Analie Santos, que aos 39 anos
sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e ficou em coma na UTI por 34 dias.
Ela conta que convivia com hipertensão controlada por medicamentos. Mas,
garante que uma série de fatores contribuiu para este desfecho, incluindo
obesidade e sedentarismo, associado à pressão alta.
“Estava quase sempre estressada, com
hábitos alimentares nada saudáveis. Houve uma complicação geral com o AVC,
inclusive com os rins. Logo após, não conseguia andar, falava com muita
dificuldade e a minha alimentação era através de sonda. Creio que o histórico
familiar teve influência neste processo. Meu pai enfartou e minha avó paterna
faleceu devido a um AVC. Eles sofriam com hipertensão”, relata Analie, que hoje
está recuperada e apresenta poucas sequelas do ocorrido.
O presidente da Fundação Pró-Rim,
nefrologista Dr. Marcos Alexandre Vieira esclarece que a pressão arterial
empurra o sangue bombeado pelo coração, via artérias, para levar os suprimentos
necessários aos demais órgãos. “Quando a pressão está alta, o coração faz mais
força para bombear o sangue, porque com a idade as artérias ficam menos
complacentes e oferecem mais resistência à sua passagem. Esta força resulta em
lesões na parede das artérias, grandes ou pequenas. “As consequências mais
graves são: o derrame (acidente vascular cerebral), a insuficiência cardíaca
(coração grande) e a insuficiência renal (uremia)”, detalha o médico.
PRESSÃO ALTA E OS RINS
Mas o que a pressão alta tem a ver com a
insuficiência renal? “A relação entre a hipertensão e a saúde dos rins é muito
próxima. Pode-se dizer que os rins são vítimas e ao mesmo tempo
culpados. É que as artérias e arteríolas renais também são afetadas,
resultando em perda progressiva da função excretora dos rins, o que leva ao
aumento da pressão arterial”, explica o Dr. José Aluísio Vieira, médico
nefrologista e um dos fundadores da Pró-Rim.
Foi o que ocorreu com Jéssica Costa
Fernandes, de apenas 25 anos, e que há três faz hemodiálise na Fundação
Pró-Rim. Ela passou a ter hipertensão depois que perdeu a função renal. Chegou
a ter pico de 24 X 18 na pressão arterial. Além da medicação, os cuidados se
tornaram redobrados. “O sal foi praticamente eliminado da minha alimentação.
Utilizo temperos como cebola, alho, orégano e salsinha para substituir o sal.
Além disso, há rigoroso controle na ingestão de água, que pode elevar a
pressão”, diz a paciente.
Segundo o Dr. Marcos Vieira, a hipertensão
arterial é tida como uma epidemia silenciosa. Por isso, existe uma grande
preocupação para esclarecer sobre os seus malefícios. “A pressão alta, ou
hipertensão, é uma doença muito comum que acomete uma em cada cinco pessoas.
Entre os idosos ela chega a atacar uma em cada duas pessoas. Também as crianças
podem sofrer de pressão alta”, informa o presidente da Fundação Pró-Rim.
OS JOVENS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS
É comum dizer que a pressão alta é uma
doença democrática, porque ataca homens e mulheres, ricos e pobres, idosos,
jovens e crianças, obesos e magros, pessoas calmas e nervosas. Segundo o
Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde, a hipertensão afeta de 11 a
20% da população adulta com mais de 20 anos. “A hipertensão arterial é o fator de
risco mais importante entre aqueles que causam morte por doenças
cardiovasculares, aliás, a maior causa de morte no mundo moderno”, destaca o
nefrologista Dr. José Aluísio Vieira.
O médico acrescenta que “as pessoas que
apresentam pressão alta por muitos anos vão minando o seu sistema vascular. Se
fumar, comer muita gordura saturada, não controlar o estresse excessivo e for
portador de diabetes, o processo se acelera. A obesidade também tem influência
na pressão alta. O sal é muito perigoso e tem relação direta com a hipertensão.
Nos pacientes que sofrem de insuficiência renal, a restrição de sal é
fundamental para o controle da pressão”, alerta.
Dr. Vieira reforça ainda a necessidade da
prevenção, sempre com a orientação de um profissional da área. Para ele, é
possível conviver com a hipertensão sem perder a qualidade de vida. “Por isso o
Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial deve ser foco de
reflexão com a maior seriedade possível, pois é um chamamento à prevenção e diz
respeito à saúde de todos nós”, conclui o médico.
Fundação Pró-Rim
Nenhum comentário:
Postar um comentário