quarta-feira, 8 de março de 2017

Violência doméstica contra a mulher cresce no Brasil




Psicóloga alerta sobre necessidade de combate à violência de gênero, orientando como reconhecer e auxiliar as vítimas desta verdadeira epidemia nacional e global


Hoje, no Brasil, a violência contra a mulher, em suas diversas formas, faz uma nova vítima a cada 20 minutos, o que coloca o País como quinto colocado no horrendo quadro dos países no ranking de feminicídios. Segundo levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil o índice de mortes de mulheres, vítimas deste tipo de incorrência, é de 4,8 para 100 mil mulheres. Dados de 2016 da Central de Atendimento à Mulher, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), apontam que de 67.962 relatos de violências, 67,63% aconteceram em um relacionamento heterossexual – em 41% dos casos, a relação durava há mais de dez anos, e em 39,34%, a violência é diária.

De acordo com Sarah Lopes, psicóloga do Hapvida Saúde, geralmente o agressor é uma pessoa covarde, que se apega à fragilidade emocional que a mulher está passando naquele momento, sabendo que, física e emocionalmente, pode dominar a vítima. Frequentemente, o agressor percebe alguma dependência nas mulheres, seja ela financeira ou até mesmo emocional, e aproveita-se disso para agredi-la, sem que sofra maiores consequências por conta de sua relação de dominação. E além das marcas físicas e sociais, as violências psicológica e emocional podem ter consequências ainda mais graves e limitantes para a vítima, isto por ser uma violência silenciosa, em que somente é possível perceber seus danos ao longo do tempo, dificultando ainda mais os possíveis reparos e superações.

Mas como identificar uma possível vítima de violência, principalmente aquela sofrida dentro do lar? Segundo a psicóloga, algumas atitudes podem revelar a vítima de violência doméstica. “As mulheres que sofrem este tipo de violência se tornam mais reclusas, isoladas socialmente, apresentam comportamento diferenciado na frente do agressor, demonstram tristeza ou comportamento depressivo, evitam convívio com familiares, começam a falar menos sobre sua vida cotidiana, especialmente sobre seu relacionamento, ausentam-se do trabalho ou sentem-se desmotivadas, de forma geral”, destaca Sarah.

Qualquer pessoa que saiba ou desconfie de que uma mulher está sofrendo qualquer tipo de violência, pode ser o denunciante, facilitando muito a erradicação desta verdadeira epidemia em âmbito nacional e global, levando-se em consideração que a agredida, muitas vezes, está sendo coagida pelo agressor. “A maioria das agredidas sente-se sozinha e sem o apoio de alguém que represente segurança em sua vida ou é refém da crença machista de que é necessário suportar todo tipo de agressão, pois seria ‘merecedora’ da violência doméstica perpetrada pelo agressor. Por isso, a família deve, sem dúvida, apoiar a vítima sempre que necessário, deixar claro que os medos dela são infundados, quando o forem”, finaliza a psicóloga.




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