quarta-feira, 29 de março de 2017

Mentir com frequência pode se tornar transtorno psicológico




Especialista explica que o ato de contar histórias falsas compulsivamente pode ser um sério problema


Todos já contaram uma mentira para evitar alguma situação constrangedora ou possíveis problemas. Contudo, a partir do momento que constantemente são criadas histórias falsas, o indivíduo pode passar a vivenciá-las. Neste estágio, é preciso redobrar a atenção, pois o quadro de mitomania, ou mentira compulsiva, necessita acompanhamento psicológico. “Nesses casos a pessoa cria uma realidade a parte e acredita nela. Geralmente são sujeitos que possuem dificuldade em aceitar a sua própria realidade e, por isso, escapa pela fantasia, de tornando real algo que imagina”, explica a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras de Linhares, Meire Andersan Fiorot.

A docente explica que a mentira, como única maneira de o sujeito funcionar, e não apenas como um acontecimento eventual, é uma situação preocupante, pois, por trás da mentira está a dificuldade da pessoa se defrontar com sua realidade. A pessoa começa a inventar diversas situações, não apenas em sua vida pessoal, mas tam.bém no trabalho. “Não existe uma causa única para a mentira compulsiva, já que podemos considerar um amplo conjunto de fatores, a mentira está ligada a alguns mecanismos de defesa como o da negação. O sujeito passa a fazer uso da mentira para usufruir, por certo tempo, do alívio e amparo que ela pode proporcionar. Em alguns casos, essa compulsão aparece após uma experiência traumática”.

A mitomania atrapalha a vida da pessoa em todos os sentidos, pois o sujeito perde a noção do que é verdade ou não, além da realidade paralela, o indivíduo tende a ficar sozinho, já que os outros tendem a se afastar do mentiroso. “A compreensão da família e amigos pela situação do paciente é de extrema importância. O afastamento pode agravar o caso, já que causa mais constrangimento e o tratamento pode ser dificultado”, conclui Meire.






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