quinta-feira, 30 de março de 2017

Dia Mundial de Conscientização do Autismo: psicóloga fala sobre o papel das escolas



 Diretora do Ponto Omega, em São Paulo, Maria Drummond Gruppi destaca a importância da inclusão e do preparo dentro dos centros de ensino.


2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, é marcado por ações com o propósito de diminuir o preconceito e a intolerância de crianças que apresentem quadros de autismo, ampliando assim sua inclusão e aceitação social. As pessoas diagnosticadas com o “spectro do autismo” costumam apresentar dificuldade na fala e em gestos relacionados a tudo o que é simbólico, como o brincar de faz de conta. “É um quadro complexo e que deve contar com uma intervenção, uma vez que o autismo aparece, frequentemente, associado a outras manifestações”, diz a psicóloga e pedagoga Maria Drummond Grupi, diretora da escola Ponto Omega.

Localizada nos Jardins, em São Paulo, a escola defende a ideia de que crianças que apresentem dificuldades no desenvolvimento se juntem e compartilhem experiências com outras crianças nos mais variados ambientes, inclusive no escolar. “É muito importante que a criança se sinta aceita e verdadeiramente parte do grupo social e cultural no qual está inserida”, diz Maria. Para ela, a escola é essencial no processo de inclusão. “Ao procurar uma escola infantil, os pais precisam se preocupar menos com as tecnologias de ponta e mais com a qualidade do acolhimento que a criança e sua família terão e com o quanto os professores são amorosos e interessados nela, em suas aquisições e competências”, diz  Maria.
A psicóloga destaca ainda a importância do diagnóstico precoce para que as crianças tenham acesso ao tratamento ainda pequenas, quando a plasticidade neuronal é maior e, portanto, mais permeável à intervenção. “O diagnóstico precoce não deve servir para estigmatizar a criança, e sim, para ajudar professores e coleguinhas a compreendê-la”, diz Maria. Além disso, a escola precisa ser flexível, uma vez que pode haver necessidade de adaptações em seu espaço físico, além de manter uma interlocução constante com os profissionais que já fazem o atendimento especializado daquela criança, seja ele o pediatra, o psicólogo ou o fonoaudiólogo. “Num ambiente onde a troca é facilitada, todos nós nos incluímos, um no universo do outro. Isso nos ajuda a construir novas relações, novos conceitos e novos vínculos”, diz Maria.



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