segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Tudo pode no Carnaval?



Psicóloga alerta que comportamento totalmente permissivo pode trazer consequências danosas aos jovens 


O carnaval, festa mais popular do Brasil, é sinônimo de extravasar, “soltar a franga” e deixar de lado alguns tabus. Está relacionado também à liberdade de expressão (para alguns libertinagem), e visto como uma forma de apelo sexual, onde se pode fazer aquilo que se tem vontade, permitir-se e seguir a “onda”.

A psicóloga Lizandra Arita fala sobre esse “mundo imaginário de liberação” e até que ponto podemos considerar o comportamento festivo como algo normal e sadio. “É uma data que tudo pode. No entanto, é preciso considerar que a comemoração passa, e após isso, as consequências podem ser desastrosas”, adverte.

“Quando se vive numa sociedade onde há uma educação familiar repreensiva, os mais jovens enxergam essa data como o momento ideal para extravasar. É comum expressar tudo o que seria repreendido pelos pais e pela sociedade, visto que a conduta é coletiva e não individual e as chances de receber críticas são mínimas”, pontua.


Desejo sexual aflorado

Também muito associado ao sexo e ao abuso de bebidas alcoólicas, a psicóloga cita a neurociência que determina que o homem, por sua vez, possui o instinto ligado ao olhar, se interessa pelas curvas femininas que, neste caso, estão mais expostas. Nas mulheres, o cortéx órbitofrontal lateral esquerdo, responsável pelo controle dos desejos, nessas situações, é desligado, permitindo a quebra de pudores e entrega aos instintos sexuais.

Ao se deparar com um ambiente permissivo, onde “tudo é liberado”, pessoas que tiveram uma infância regrada à uma educação rigorosa ou saíram de relacionamentos longos ou sufocantes, podem encontrar no carnaval a oportunidade de vivenciarem tudo o que estava represado e causava frustração. “É também a exposição da criança interior que sempre existiu, mas que estava incubada. Num cenário de permissividade, existe espaço também para atitudes impulsivas, paixões repentinas, e muitas vezes, consequências graves”, conclui.




Lizandra Arita - Graduada em Psicologia pela Universidade Bandeirante de São Paulo, Lizandra Arita tem experiência em Psicologia Clínica e Institucional pelo Hospital Vera Cruz e atua desde 1998 em treinamentos de autodesenvolvimento. Realiza Programação Neuro Linguística, Hipnose e Autohipnose, Rebirthing, Psicodinâmicas, Gerenciamento de Emoções e Conflitos e atua, principalmente, em casos de depressão, ansiedade, processos emocionais ou comportamentais, problemas de relacionamento, fobias, pânico e transtornos obsessivos compulsivos.
Lizandra Arita Psicologia
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