- O ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Dr. Luiz Eduardo Albuquerque, diretor da Fertivitro, fala dos fatores negativos da varicocele, drogas, obesidade e do uso de anabolizantes
Um dos grandes equívocos da população é atribuir à mulher a impossibilidade de se ter um filho, pelo fato dela ser responsável pela gestação e pelo parto. A infertilidade também pode ser do homem. Estudos apontam que as causas da infertilidade são 30% femininas e 30% masculinas. Em 25% dos casos, o problema atinge ambos os sexos e em 15% dos casais, a causa é desconhecida, casos esses chamados de Infertilidade ou Esterilidade Sem Causa Aparente (ISCA ou ESCA).
O ginecologista e especialista em Reprodução
Humana, Dr. Luiz Eduardo Albuquerque, diretor da Fertivitro, explica que, ainda
pouco conhecida, a causa mais comum de infertilidade no homem é a varicocele,
uma dilatação anormal das veias dos testículos, que prejudica o fluxo sanguíneo
local e a troca de nutrientes, o que leva a um acúmulo de substâncias tóxicas e
ao aumento de temperatura na região testicular. “Esses fatores podem provocar
alterações na quantidade (oligozoospermia) e na qualidade (teratozoospermia)
dos espermatozoides”, diz.
Fatores nutricionais, má alimentação, estresse e
doenças crônicas também podem afetar a fertilidade masculina.
O especialista da Fertivitro destaca, a seguir,
quais são as principais dúvidas apresentadas no consultório sobre o assunto.
Anabolizantes
Uma dúvida bastante comum dos pacientes que
procuram tratamentos de reprodução assistida é sobre o uso de anabolizantes.
Se a substância for consumida habitualmente para estimular o crescimento da
massa muscular, ela pode comprometer a fertilidade do homem. Os anabolizantes
diminuem o número de espermatozoides produzidos e até impedem a produção. Em
alguns casos, o bloqueio é definitivo, pois gera a redução do tamanho do
testículo e interrompe a produção. “Atualmente, não existe nenhum tratamento ou
procedimento indicado para proteger os testículos enquanto o homem toma
anabolizantes, por este motivo, o mais indicado é não consumir”, indica Dr.
Luiz da Fertivitro.
Roupas apertadas
Usar calça, bermuda ou qualquer outra peça de roupa
apertada na região da genitália do homem pode afetar a fertilidade masculina. A
região dos testículos não deve estar com temperatura elevada e sem circulação
de ar, para não comprometer a produção e qualidade dos espermatozoides.
Roupas íntimas muito justas prejudicam a circulação
do sangue, pressionam os testículos, aquecem a região e podem levar à
infertilidade, pela falta ou má qualidade dos espermatozoides. “Se o homem se
tornar infértil por este fato, a reprodução assistida é o único tratamento que
poderá ajudar, caso o paciente tenha a intenção de ser pai”, afirma o
especialista.
Obesidade
Assim como na mulher, a obesidade masculina é um
problema que preocupa os médicos. Ela afeta a fertilidade do homem e gera
consequências negativas no desenvolvimento embrionário e nas taxas de gravidez.
Há muitas evidências de que a obesidade masculina implica, igualmente, na
redução da fertilidade e na qualidade embrionária.
Dr. Luiz Eduardo Albuquerque explica que, quando o
homem chega a um peso muito acima do normal, elevam-se os níveis da enzima
aromatase e, consequentemente, uma maior quantidade de testosterona é
transformada em estradiol (hormônio feminino). E, assim, o excesso de estradiol
irá bloquear a hipófise, diminuindo os estímulos para o testículo produzir
testosterona e espermatozoides. “É válido ressaltar que esse excesso de
estradiol pode induzir o aumento de mamas no homem, reduzir a libido, causar
disfunção erétil e a infertilidade”, comenta o especialista.
Pesquisas também comprovam que homens acima do peso
possuem um índice maior de fragmentação do DNA do espermatozoide, o que poderá
gerar problemas na fertilização. “A integridade do DNA espermático é importante
para o sucesso da fertilização e para o desenvolvimento embrionário normal”,
explica Dr. Luiz.
Drogas
Substâncias entorpecentes afetam a fertilidade
masculina. A maconha, a cocaína e outras drogas interferem na qualidade e
quantidade de espermatozoides. Se um paciente é dependente químico ou utiliza
as substâncias quase que regularmente, é indicado realizar o exame espermograma
para verificar a qualidade e quantidade dos gametas masculinos.
Tratamentos de Reprodução Assistida (RA)
Existem três tipos de tratamentos de reprodução
humana: coito programado, cuja relação sexual é programada no período fértil;
Inseminação Intrauterina (IIU), que consiste em selecionar os melhores
espermatozoides e colocá-los dentro do útero, para facilitar o encontro do
óvulo com os espermatozoides; e a fertilização in vitro (FIV), em
que a fecundação dos gametas (óvulos e espermatozoides) é feita em laboratório.
Dr. Luiz Eduardo Albuquerque - diretor clínico da
Fertivitro, é ginecologista, especialista em Reprodução Humana. Mestre em
Ginecologia pela Unifesp e pós-graduado em Ginecologia pela Santa Casa de
Misericórdia do Rio de Janeiro (RJ), possui o TEGO - Título de Especialista em
Ginecologia e Obstetrícia, certificado pela FEBRASGO (Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Em seu currículo internacional destacam-se: título
de especialista em Reprodução Humana pelo Instituto Dexeus, certificado em
Barcelona, na Espanha; membro da American Society for Reproductive Medicine
(ASRM), nos Estados Unidos; e membro da European Society of Human Reproductive and
Embriology (ESHRE), na Bélgica. O profissional atuou como diretor do Núcleo de
Esterilidade Conjugal do Centro de Referência da Saúde da Mulher, no Hospital
Pérola Byington, em São Paulo (SP), durante os anos de 2001 a 2003. Atualmente,
faz parte do corpo clínico da instituição, no setor de Reprodução Humana. Foi médico do setor de Reprodução Humana da UNIFESP
(Universidade Federal de São Paulo), entre 2004 e 2014.
Fertivitro — Centro de Reprodução Humana
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