Já começou a
busca pela primeira escola, a rematrícula ou a mudança da instituição escolar,
caso necessário. Os pais antenados acompanham de perto a evolução dos
seus filhos, que estão cada dia mais
inteligentes e preparados para observar e questionar as informações com a
rapidez necessária da sociedade atual. Optar por uma escola bilíngue ou
colocá-los em um curso de idiomas está entre as metas e também entre as dúvidas
mais frequentes de muitas famílias brasileiras. Será que existe muita diferença
nos aprendizados? Qual idade ideal para iniciar o processo? Aprender uma
segunda língua desde cedo pode atrapalhar no andamento da alfabetização da
língua materna?
A educadora Carla Marques desmistifica cada
método, com as diferenças e seus benefícios. “Introduzir as crianças neste
universo o mais cedo possível é o indicado”. Segundo Carla, o aprendizado do
segundo idioma em uma escola bilíngue é dado pelo processo de aquisição. Isto
é, a criança aprende a língua inglesa da mesma maneira que aprendeu a primeira:
naturalmente por exposição e interação com o meio em que está inserida. A
habilidade do cérebro de adquirir idiomas na infância é instintiva e interativa
e engloba tudo o que uma língua representa (costumes, cultura e valores
morais), ressalta a especialista.
Ela explica que
até os 7 anos de idade o cérebro da criança é muito maleável, uma verdadeira
esponja. Nesta fase, em conjunto com aprendizado da linguagem materna e
desenvolvimento motor, a criança faz uma série de associações com suas próprias
descobertas e todas as conexões cerebrais estão ativas.
De acordo com Carla,
neurologicamente, pesquisas apontam que a massa cinzenta do cérebro dos
bilíngues é mais densa, contém maior rede neural e com mais sinapses. Isso traz
algumas vantagens cognitivas, como executar com destreza mais de uma
função ao mesmo tempo, facilidade para aprender outros idiomas posteriormente,
maior desenvoltura no raciocínio lógico-matemático e compreensão e relação com
o mundo mais consciente, entendendo diferentes culturas, etnias, valores e
identidades.
“Alguns
papais ficam preocupados se a criança poderá confundir as palavras. No primeiro
momento, possível que ela busque a associação dos idiomas para se comunicar.
Por exemplo, “que linda a butterfly!”, mas com as referências na escola e em
casa, ela naturalmente diferenciará as línguas. O Brasil é um país enorme e
todos falam português. Já na Europa, a mistura intercultural é maior, temos
famílias nas quais o pai é italiano e mãe é francesa. Nestes casos, as crianças
estão expostas a diferentes idiomas dentro do contexto familiar e desde cedo
adquirem dois ou até três idiomas na infância com naturalidade”.
Os cursos de
idiomas também são uma opção para aqueles que não podem investir no ensino
bilíngue. Neste caso, os métodos lançam mão do aprendizado consciente, com
exercícios, estudo dos verbos, mostrando as ações, em algumas horas durante a
semana, que podem trazer bom resultado após vários anos de estudo.
O mais
importante para papais e mamães é saber que o ensino bilíngue e o ensino de
idiomas são propostas completamente distintas. Nas escolas bilíngues, o foco é
o desenvolvimento da criança como um todo nas mais diferentes áreas de
conhecimento e no qual a língua inglesa é usada como ferramenta de comunicação.
Em escolas de
idiomas, o objetivo é ensinar a língua inglesa. Carla ressalta que em qualquer
um dos casos é preciso encontrar uma escola com proposta séria e equipe
qualificada. “Cabe a cada família estudar o que se encaixa melhor às suas
necessidades e possibilidades, mas sem dúvida nenhuma, o quanto antes a criança
aprender outro idioma, melhor!”, enfatiza a diretora da Tiny People Bilingual
School.
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