segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Maioria dos empregados julga apropriado jornada diária de trabalho de até 8 horas, revela pesquisa




Levantamento inédito da VAGAS.com mostra que 88% dos trabalhadores julgam apropriado trabalhar de seis a oito horas por dia

A maioria dos empregados julga apropriado trabalhar até 8 horas por dia. É o que revela pesquisa inédita da VAGAS.com, empresa que desenvolve soluções tecnológicas para recrutamento e seleção. A pesquisa mostra que 88% da base de respondentes julgaria apropriado trabalhar de seis a oito horas diariamente. 

O estudo qualidade de vida e motivação no trabalho foi realizado de 28 de setembro a 5 de outubro deste ano por e-mail para uma amostra da base de currículos cadastrados no portal de carreira VAGAS.com.br. O objetivo da pesquisa era entender os fatores que motivam o trabalho e como é a jornada dos seus cadastrados. Os 1659 respondentes estão empregados e são, em sua maioria, mulheres (53%), possuem idade média de 31 anos e nível superior (66%).

Do total de respondentes, 52% acham adequada a jornada diária de oito horas. Para 24%, o turno de seis horas é o mais apropriado. Já as sete horas diárias agradam 12%. Os que aprovam nove horas representam 6% e 10 horas ou mais, 3%. Aqueles que defendem períodos de uma a cinco horas somaram 3%.
“A maior parte dos respondentes não é favorável ao aumento da jornada de trabalho. Eles preferem trabalhar de seis a oito horas. Isso mostra que o aumento pode não ser o melhor caminho, tudo vai depender da demanda e do diálogo que patrão e empregado tiverem para justificar uma carga maior de trabalho”, explica Rafael Urbano, coordenador da pesquisa na área de Inteligência de Negócios da VAGAS.com

O levantamento também procurou saber dessa base se eram favoráveis ou não ao aumento da jornada diária de trabalho. Mostraram-se contrários 79%; indiferentes, 13% e favoráveis,8%.

Entre os motivos que mais se destacaram àqueles que se mostraram contrários à mudança da quantidade de horas trabalhadas, apareceram: a jornada mais longa não melhora produtividade; precisar de tempo livre para se dedicar a outras atividades; priorizar a vida fora do trabalho e ir contra a tendência mundial de redução. Das justificativas para o grupo que defende o aumento, os motivos mais mencionados foram convicção de que isto vai gerar mais empregos; ajudar a empresa em momentos de crise; desenvolvimento de carreira e acreditar que  vai ganhar mais dinheiro.

“A maioria dos respondentes não é favorável ao aumento da jornada de trabalho por achar que não contribuirá para melhorar a produtividade e por precisar de tempo livre para dedicar-se a outras atividades. Os que são favoráveis acreditam que isto vai gerar mais empregos e que também pode contribuir com a empresa em momentos de crise. São visões distintas e que precisam ser consideradas nesse momento onde o assunto merece um debate mais amplo”, conta Rafael. 


Carga extra de trabalho fora da jornada regular atinge 46% dos trabalhadores

Quase a metade dos respondentes (46%) admitiu nessa mesma pesquisa que costuma responder a e-mails e mensagens fora do horário de trabalho. De acordo com estes, as justificativas que mais se destacaram para a adoção dessa prática foram a necessidade de atender o cliente (75%), pressão do chefe (16%), todos os colegas fazem (12%), é uma forma de me destacar (12%), medo de represália (7%), sou viciado em trabalho (6%) e outros (alta demanda, urgência e falta de tempo).

No estudo também foi questionado se a empresa em que essa pessoa trabalha espera que ela atue fora do expediente. Uma boa parcela, de 39%, acredita que há esse desejo de seus empregadores. “Em períodos de recessão econômica, os profissionais são mais cobrados por resultados, o que significa que podem ter uma carga de trabalho superior, excedendo muitas vezes o horário do expediente. Para não correr o risco de perder o cliente, as pessoas fazem um atendimento praticamente em tempo real”, revela o coordenador.


Desmotivação no trabalho atinge mais as mulheres e empregados de níveis operacional e sênior

A pesquisa quis saber dessa base de trabalhadores se está extremamente desmotivado, desmotivado, indiferente, motivado ou extremamente motivado em relação ao seu trabalho. Os resultados apontaram que há predomínio das mulheres (41%) em desmotivação no trabalho ante 36% dos homens. Quando o assunto é motivação no emprego, o sexo masculino leva vantagem: 40% informaram estar motivados ou extremamente motivados contra 33% das mulheres.

Ao cruzar as informações por faixa de emprego, ficou detectado que os trabalhadores de níveis operacional e sênior foram os que apareceram como mais desmotivados (45%). Dos que se mostraram mais motivados, destacaram-se gerentes (49%), estagiários e diretores (41%) e técnicos (40%).  

“De forma geral, o descontentamento e a desmotivação são inerentes a todos níveis hierárquicos, conforme mostrou a pesquisa. Arrocho salarial, sobrecarga de trabalho, falta de equilíbrio de vida profissional e pessoal, além da falta de crescimento das organizações por conta da crise, podem ser fatores que expliquem essa inclinação negativa”, diz Rafael.


Promoção e felicidade no trabalho motivam funcionários

A possibilidade de crescimento e gostar do que faz predominaram como fatores mais motivacionais no trabalho. Para a base de respondentes, a gestão e qualidade de vida também são importantes para motivação no emprego. O salário é apenas o sexto item mais citado como fator motivacional. Ainda de acordo com essa base, clareza das responsabilidades e segurança e estabilidade destacam-se como itens com menores notas.  

Quando o assunto é vivência no trabalho, os assuntos que mais apareceram nas respostas foram gostar do que faz e clareza das responsabilidades. Qualidade de vida e gestão também foram bem mencionados. Já a possibilidade de crescimento, empresa que trabalha tenha valores condizentes aos dos seus colaboradores, ambiente agradável e salários e benefícios surgem como pouco ou nenhuma vivência.

“As pessoas estão cada vez mais interessadas em aspectos como flexibilidade de horário, home office, entre outros, e não somente no dinheiro. Um projeto de trabalho interessante e uma gestão diferenciada podem funcionar como fator de atração de talentos. Isso vai além da remuneração”, finaliza Rafael.





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